Entidades patronais da Suíça pedem incentivo à inserção de maiores de 65 anos no mercado de trabalho

Duas organizações patronais suíças alertaram nesta sexta-feira (8) para a escassez de mão de obra nos próximos dez anos, e propõem aumentar a participação de mulheres e trabalhadores com mais de 65 anos. O objetivo seria limitar o recurso à mão de obra estrangeira, incluindo europeus.   

De acordo com um estudo publicado pela Economiesuisse e a Associação Suíça de Empregadores, a oferta de mão de obra no país deve diminuir em 297.000 funcionários em tempo integral até 2035. 

Segundo estimativas, 163 mil funcionários a mais seriam necessários para manter "a prosperidade dos últimos anos", o que equivale a um déficit de 460.000 pessoas.

As duas entidades patronais, que fizeram estas projeções com base em um cenário demográfico do Serviço Federal de Estatística, consideram que "a escassez de mão-de-obra será um grande desafio" para a Suíça. 

A pesquisa mostra que as empresas já estão tendo mais dificuldade em preencher as vagas, independentemente da qualificação exigida. As companhias suíças têm uma grande reserva de mão de obra, mas a situação mudou em 2020 com a aposentadoria gradual dos baby boomers, a geração de pessoas nascidas entre 1943 e 1964. 

Diminuição de estrangeiros

A livre circulação de pessoas dentro da UE também representou "um importante fator de sucesso para a Suíça", de acordo com as duas organizações patronais. "No entanto, a imigração resultante dessa circulação é preocupante", reconhecem as entidades.

A União Democrática do Centro (UDC), da direita radical, que é uma das principais do país, vem organizando com frequência referendos populares sobre a imigração, que visa limitar a entrada de estrangeiros no país, incluindo europeus.

As duas organizações patronais consideram que "esta não é a abordagem correta", já que, além de ignorar a "a evolução demográfica", ameaça as relações com a UE.   

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Segundo eles, o acesso à mão de obra estrangeira é "crucial". Mas para garantir que a imigração permaneça "o mais socialmente aceitável possível", eles sugerem aumentar a participação das mulheres no mercado de trabalho, "especialmente das mães", já que muitas delas trabalham meio período diante das dificuldades em encontrar creches acessíveis.   

Outra ideia é "um melhor aproveitamento do potencial dos trabalhadores com 65 anos ou mais", garantindo que é "financeiramente interessante exercer uma atividade remunerada além da idade legal de aposentadoria".    

O número de trabalhadores estrangeiros da fronteira que trabalham na Suíça mais do que dobrou em 20 anos, chegando a mais de 390.000 no final de 2023, de acordo com o Departamento Federal de Estatística (FSO). Eles são atualmente alvo de tensões entre Paris e Berna a respeito do acesso ao seguro-desemprego.

(Com informações da AFP)

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