Dinamarca vai devolver cabeça de bronze de imperador à Turquia após disputa de mais de um ano

A disputa vem se arrastando desde meados de 2023, mas somente agora ficou decidido que a cabeça de bronze do imperador romano Septímio Severo (Septimius Severus) será finalmente devolvida à Turquia, segundo anunciou nesta terça-feira (26) o museu dinamarquês Gliptoteca Ny Carlsberg, onde ela estava exposta. 

"A Gliptoteca Ny Carlsberg decidiu a favor do pedido da Turquia para a devolução do antigo retrato de bronze", disse a instituição cultural em um comunicado. 

Há quase dois anos, uma estátua sem cabeça do imperador romano Septímio Severo (145 d.C. - 211 d.C.) foi devolvida à Turquia depois de décadas nos Estados Unidos, em uma coleção particular que a havia emprestado ao Metropolitan Museum de Nova York. 

Essa obra antiga já havia sido associada ao bronze da Gliptoteca Ny Carlsberg, que entrou para as coleções do museu, em 1970, sem nenhuma informação sobre sua origem exata. 

Em 1979, um antigo curador do museu considerou que as duas estátuas combinavam. As duas partes foram reunidas para uma exposição e medidas pelo arqueólogo turco Jale Inan. 

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Com base nesses argumentos, a embaixada turca na Dinamarca solicitou formalmente a devolução do bronze em maio de 2023, um pedido que foi inicialmente recebido com austeridade. "Não estou dizendo que as peças não combinam. Só estou dizendo que não temos tanta certeza quanto teríamos há 25 ou 30 anos", disse Rune Frederiksen, diretor da Gliptoteca na época. 

No final, as duas peças não puderam ser combinadas com certeza, mas o museu determinou que o bronze veio de Boubon, um sítio romano na Ásia Menor, na região histórica da Lícia, na costa mediterrânea da Turquia. 

"Peças arqueológicas exclusivas de Boubon foram vendidas ilegalmente para colecionadores e museus em todo o mundo. Nos últimos anos, um grande número dessas peças, especialmente aquelas mantidas em coleções nos Estados Unidos, foi devolvido", disse a diretora do museu, Gertrud Hvidberg-Hansen, no comunicado. 

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"Esses fatores contribuíram para nossa decisão de conceder o pedido de restituição da Turquia", acrescentou ela.

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