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Novo atestado de óbito diz que Herzog foi morto sob tortura

13/03/2013 16h45

A família do jornalista Vladmir Herzog, morto em 1975, receberá na sexta-feira um novo atestado de óbito que confirma que sua morte se deu em decorrência de tortura sofrida durante prisão pelo regime militar. No novo documento, passará a constar como causa da morte "lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do 2º Exército (DOI-Codi)", substituindo formalmente a falsa versão de "asfixia mecânica por enforcamento", divulgada pela ditadura à época.

A entrega do atestado será feita em ato público na sede do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP) pelo coordenador da Comissão Nacional da Verdade, Paulo Sérgio Pinheiro. Filho de Vlado, Ivo Herzog avaliou ser esta "uma conquista que abre caminho para outras famílias conseguirem um novo atestado de óbito de familiares que foram torturados. É a confirmação de que o Estado civil brasileiro reconhece suas falhas históricas".

O evento é parte de uma série de homenagens que lembrará também os 40 anos da morte do estudante de Geologia da USP, Alexandre Vannuchi Leme, também morto nas dependências do DOI-Codi. O ato público será realizado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, com o reconhecimento da condição de anistiado político de Vannuchi e um julgamento simbólico do caso do estudante, seguido de um pedido oficial de desculpa. Alexandre foi morto no dia 17 de março de 1973, aos 22 anos.