Topo

MP pede cassação do prefeito Eduardo Paes por remoções compulsórias

MP solicita que Eduardo Paes (PMDB) seja cassado e perca direitos políticos por cinco anos - Fernando Maia/UOL
MP solicita que Eduardo Paes (PMDB) seja cassado e perca direitos políticos por cinco anos Imagem: Fernando Maia/UOL

11/04/2013 20h37

O Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro entrou com uma ação civil pública solicitando a perda de mandato e a cassação dos direitos políticos por cinco anos do prefeito do Rio, Eduardo Paes, e do secretário de Governo, Rodrigo Bethlem, por abusos na remoção de moradores de rua na cidade.

A ação, ajuizada pelo promotor Rogério Pacheco Alves, da 7ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Cidadania, acusa as autoridades de improbidade administrativa e descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2012 entre o MP e a prefeitura, que pedia o fim da remoção dos moradores de rua para abrigos. O recolhimento compulsório de moradores de rua é parte da política municipal de ordenamento urbano e, de acordo com a prefeitura, visa usuários de crack.


Em operações de rua e visitas a abrigos municipais, o MP diz ter verificado que as remoções da prefeitura não atingiam apenas os usuários de crack, mas outros sem teto. O MP afirma ainda que as ações de recolhimento eram violentas, ferindo os direitos humanos.

O MP ajuizou também uma ação indenziatória contra o município do Rio, solicitando R$ 50 mil para cada um dos seis mil moradores de rua da cidade - em estimativa da própria prefeitura -, além de uma indenização de dano coletivo no valor de R$ 300 milhões - o equivalente a R$ 50 mil por cada morador de rua.

De acordo com o MP, foi verificado nos abrigos do município condições de "superlotação e insalubridade", além da presença de pacientes psiquiátricos sem atenção adequada. Na ação, o MP afirma ainda que os abrigados relataram uso de drogas nos estabelecimentos e a truculência dos funcionários da prefeitura nas ações de remoção, o chamado "choque de Ordem", operado principalmente na zona sul da cidade. A prefeitura afirma ainda não ter sido notificada e não se pronunciou sobre o caso.