Informações sobre o álbums
  • editoria:
  • galeria:
  • link: http://noticias.uol.com.br/ciencia/album/bbc/2012/06/19/percurso-ate-local-da-rio20-revela-problemas-ambientais-do-rio.htm
  • totalImagens: 14
  • fotoInicial: 1
  • imagePath:
  • baixaResolucao: 0
  • ordem: ASC
  • legendaPos:
  • timestamp: 20120619161855
    • Meio ambiente [11359]; Rio+20 [55473];
Fotos

O Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim (Galeão) fica na Ilha do Governador, na zona norte do Rio, a 17km do Centro e a 35km do Riocentro, onde ocorre a Rio+20. No trajeto até o Riocentro, tem-se um panorama dos principais problemas ambientais que afetam a cidade. O aeroporto é ligado a diferentes partes da cidade pelas linhas Vermelha e Amarela. A primeira foi inaugurada às vésperas da Rio-92 para transportar os chefes de estad Angelo Antonio Duarte Mais

O passageiro que chega ao Galeão não tem transporte público para chegar à cidade e precisa recorrer a táxis ou a ônibus operados por uma empresa particular. Como parte do pleito olímpico para 2016, o Rio está construindo um novo sistema de transporte público, o Bus Rapid Transit (BRT), uma rede de ônibus em corredores expressos. Haverá uma ligação do aeroporto com a Barra, mas não com a zona sul do Rio, onde ficam os bairros mais turísticos da cidade. O transporte rodoviário, mais poluente que modelos sobre trilhos, continuará sendo a única opção Angelo Antonio Duarte Mais

A despoluição da Baía de Guanabara foi uma das principais promessas da época da Rio-92. Vinte 20 anos depois, a situação continua a mesma, com as águas poluídas por esgoto e lixo. Nos anos 1990, um programa de despoluição recebeu US$ 1 bi do Banco Interamericano de Desenvolvimento. "Foi um fracasso. O resultado é que continuamos com 52 praias impróprias para banho na baía", resume o ambientalista Sérgio Ricardo. Em março, o governo do Rio anunciou um programa de R$ 2 bilhões para reduzir a poluição da baía em 80% até 2016 Angelo Antonio Duarte Mais

As comitivas de chefes de estado terão uma faixa exclusiva na Linha Vermelha, mas os passageiros comuns precisarão enfrentar longos engarrafamentos, que vêm piorando desde a inauguração da via, na Rio-92. De lá para cá, a frota de veículos no Rio triplicou. O resultado é que a poluição do ar chegou a índices alarmantes, diz o ambientalista Axel Grael. "O grande culpado é o transporte e o grande agravante são os engarrafamentos. Os automóveis andam na primeira e segunda marchas e o nível de emissão de gases é muito maior", diz Angelo Antonio Duarte Mais

O esgoto e lixo que chegam ao Canal do Cunha (ou do Fundão), trecho da Baía de Guanabara entre a Ilha do Fundão e o continente, levaram ao assoreamento do canal pelo acúmulo de sedimentos. Nos últimos anos, uma obra de dragagem melhorou o escoamento da água, mas a água ainda é bastante poluída e emite um mau cheiro marcante na entrada da cidade. O acúmulo de lixo ainda persiste, como se vê por este ângulo abaixo da Linha Vermelha Angelo Antonio Duarte Mais

A Estação de Tratamento da Alegria trata o esgoto e devolve a água à Baía de Guanabara, mas opera abaixo de sua capacidade porque não foi ligado a todo o sistema de coleta da zona norte do Rio. Segundo o ambientalista Sérgio Ricardo, a estação foi construída como parte do programa de despoluição da Baía de Guanabara, com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, mas o estado não a concluiu a construção do tronco coletor para fazer as ligações domiciliares até lá. "Então grande parte do esgoto ainda é lançado in natura na Baía de Guanabara", afirma Angelo Antonio Duarte Mais

A ocupação irregular do solo é vista nas comunidades que margeiam a Linha Vermelha. Nas favelas que formam o Complexo da Maré, não há esgotamento sanitário e o esgoto é lançado diretamente na Baía de Guanabara, diz José Araruna, da PUC-Rio. De acordo com o Censo 2010 do IBGE, 83% dos domicílios de favelas do estado do Rio não têm esgotamento sanitário. Na capital fluminense, mais de 1/5 dos moradores moram em favelas Angelo Antonio Duarte Mais

A ocupação de encostas e o desmatamento também são problemas gerados pela construção irregular de favelas, como se vê nas casas construídas sobre a segunda galeria do Túnel Rebouças. A construção em encostas costuma estar associada à disposição inadequada de resíduos sólidos e à falta de redes de esgoto, fatores que contribuem para problemas de saúde público na população. Além disso, o uso inadequado do solo traz o risco de deslizamentos em épocas de chuva Angelo Antonio Duarte Mais

A Lagoa Rodrigo de Freitas é um dos cartões postais do Rio, mas durante décadas foi degradada por efluentes. A poluição teve sua face mais visível em episódios de mortandade de peixes. Desde 2010, o assoreamento vem sendo combatidos pelo projeto Lagoa Limpa, que recebe investimentos da EBX. A qualidade da água teve melhora considerável, mas ainda há comunidades que despejam resíduos não tratados nos rios que desembocam na Lagoa, diz José Araruna Angelo Antonio Duarte Mais

O Censo 2010 indicou que a Rocinha, em São Conrado, é a favela mais populosa do país, com 69 mil habitantes. A favela ocupou uma área de floresta ao longo de décadas e ainda se expande verticalmente. Segundo José Araruna, da PUC-Rio, o principal problema hoje é a falta de esgotamento adequado. "Cerca de 90% da favela é atendida com água tratada, mas parte do esgoto ainda está sendo lançado no mar sem tratamento", diz. O resultado são péssimos índices de balneabilidade na praia do Pepino, onde aparecem línguas negras quando chove Angelo Antonio Duarte Mais

Assim que se chega à Barra, na zona oeste do Rio, vê-se a Lagoa da Tijuca, área nobre cercada de mansões. A aparência engana. A lagoa está "em estado terminal", diz o ambientalista Axel Grael. Com o acúmulo de sedimentos, parte do espelho d'água já não tem mais profundidade e não raro sofás e pneus afloram. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff anunciou recursos de R$ 300 milhões para recuperação do complexo lagunar da Barra da Tijuca e Jacarepaguá e Canal da Joatinga, compromisso assumido pelo Rio para a Olimpíada de 2016 Angelo Antonio Duarte Mais

A expansão imobiliária vertiginosa na Barra ao longo das últimas décadas avança agora para a região próxima ao Autódromo de Jacarepaguá, onde será construída a Vila Olímpica. A falta de planejamento urbano gera problemas ambientais por deficiências no sistema de transportes e no saneamento básico. José Araruna chama atenção também para a ocupação de áreas que deveriam ser preservadas, com solo arenoso de baixa consistência que dificulta a estabilização de estruturas e onde as camadas de água subterrâneas ficam muito próximas à superfície Angelo Antonio Duarte Mais

Na chegada ao Riocentro, os rios que margeiam o centro de convenções têm sinais de poluição visíveis, como gigogas (plantas aquíferas que proliferam em ecossistemas desequilibrados) e lixo. "A situação é caótica. Toda a bacia hidrográfica da Baixada de Jacarepaguá, todos os rios e canais, foram transformados em valões de esgoto", diz o biólogo Mario Moscatelli. Os cursos d'água levam a poluição para a Lagoa de Jacarepaguá (ao fundo). De acordo com a Cedae, a rede formal de esgoto abrange hoje 80% da Barra e do Recreio e o compromisso é chegar a 100% em 2016 Angelo Antonio Duarte Mais

Ao fim do trajeto, chega-se ao Riocentro, o centro de convenções onde chefes de estado estarão reunidos entre 20 e 22 de junho para discutir "O futuro que queremos", nome dado ao documento que deverá ser aprovado ao fim da conferência. Na região no entorno dos cinco pavilhões, a poluição dos rios e da Lagoa de Jacarepaguá, a favelização e a falta de alternativas de transporte sustentáveis serão os problemas mais próximos dos visitantes Angelo Antonio Duarte Mais

Percurso até local da Rio+20 revela problemas ambientais do Rio BBC

ÚLTIMOS ÁLBUNS DE UOL CIÊNCIA

UOL Cursos Online

Todos os cursos