Livro que trata de incesto não foi distribuído na gestão Haddad no MEC
É enganosa a postagem com vídeo que circula nas redes sociais que diz que o candidato a presidente Fernando Haddad (PT) disponibilizou um livro que trata do tema incesto para crianças durante a gestão dele no MEC (Ministério da Educação). A obra "Enquanto o sono não vem" foi selecionada em 2014, quando Henrique Paim comandava a pasta. Nesta época, Haddad era prefeito de São Paulo. Portanto, a informação que circula é falsa.
A obra reúne textos de diferentes gêneros de tradição oral popular. O romance – gênero literário específico, ou seja, uma composição poética popular com origem na tradição oral -- “A triste história de Eredegalda” conta a história de um rei que sugere a ideia de se casar com uma de suas filhas, que acaba morrendo no fim da história.
O texto enganoso está sendo replicado junto a uma reportagem do "ESTV", da "TV Gazeta", afiliada da "Globo" no Espírito Santo. A notícia, de junho de 2017, relata que o livro foi retirado de escolas por prefeituras do Espírito Santo após reclamações de professores e pais.
Após a polêmica, o então ministro da Educação Mendonça Filho decidiu recolher os 93 mil exemplares do livro distribuídos pelo Programa de Alfabetização na Idade Certa para alunos de primeiro, segundo e terceiro anos do ensino fundamental das escolas públicas.
Em nota divulgada na época, o MEC disse que o livro foi selecionado em novembro de 2014, durante o governo de Dilma Rousseff (PT). O atual candidato a presidente havia ocupado o cargo de ministro da Educação em período anterior, de 29 de junho de 2005 a 24 de janeiro 2012.
Na época da polêmica, o livro foi avaliado por uma equipe composta por doutores e mestres especialistas do Ceale (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita) da Faculdade de Educação da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
Em nota, o Ceale afirmou que "o fato de uma obra tematizar incesto, como é o caso de 'A triste história de Eredegalda', não quer dizer que faça apologia do incesto". Segundo o órgão, o conto tematiza e condena o estupro "ao expor o drama e o sacrifício daquela que poderia ter sido sua vítima".
Esta verificação foi sugerida por leitores do Comprova por meio do WhatsApp (11-97795-0022). Versões desta postagem também circulam no Facebook. Em uma delas, por exemplo, obteve 3,5 mil visualizações até a manhã desta quinta-feira (4).
O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.
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