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Ressaca provoca estragos e prejuízos em três cidades da Baixada Santista

Felipe Pupo

Especial para o UOL Notícias<br>Em Santos (SP)

04/05/2011 14h47

A forte ressaca que ontem (03) atingiu três cidades da Baixada Santista provocou estragos em moradias, estabelecimentos comerciais e nas vias públicas. O pior cenário foi registrado em Santos, onde o avanço das águas atingiu um prédio, quebrou muretas e danificou postes de luz, o que provocou queda de energia no trecho da orla da praia. Até o momento não há cálculos fechados sobre as perdas.

O fenômeno natural também provocou prejuízos em um restaurante localizado na orla da praia, que precisou encerrar as atividades para efetuar os reparos. O estabelecimento teve a sua porta quebrada e houve corte na distribuição de água e energia elétrica.

Para evitar danos maiores, os alimentos tiveram que ser retirados do local. “O restaurante existe há 12 anos e nunca vi uma ressaca tão forte nesse trecho da praia. Realmente, foi bastante assustador”, disse o gerente da casa, Osvaldo José Rodrigues. 

Próximo ao Aquário Municipal, dois postes de energia elétrica perderam sedimento e foram danificados. O cabeamento que liga uma torre de iluminação a outra ficou exposto e, com isso, foi preciso cortar a luz no trecho da orla.

Diversas ruas ficaram totalmente alagadas e acumularam resíduos (lixo e lama) trazidos pelo mar. A garagem de um edifício também foi atingida pela água do mar, mas os moradores foram alertados do problema por um alarme instalado no prédio.Os veículos foram retirados antes do alagamento.

Conforme informações do Instituto Climatempo, o fenômeno climático foi provocado por um ciclone extratropical formado no Oceano Atlântico, derrubando a temperatura.

Mais ressaca nesta quarta

Como houve mudança de temperatura no domingo, o fenômeno deixou a região Sul e se deslocou até o litoral de São Paulo. A previsão é de que o tempo continue frio no início ao término do dia até quinta-feira.

O chefe da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias, informou que a tábua das marés atingiu 1,6 metro entre 15h e 16h de terça-feira. Há  previsão de que novo pico de maré ocorra nesta quarta-feira (04), dessa vez com 1,5 metro.

A prefeitura informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as equipes da Secretaria de Serviços Públicos já estão trabalhando na recuperação da mureta quebrada na orla da praia.

Em Guarujá, a situação se agravou no trecho entre a Praia do Góes e a Fortaleza da Barra, que são atingidos constantemente pela erosão do costado e efeitos da profundidade do canal.

Já em São Vicente, a ressaca causou transtornos na Praia do Gonzaguinha, com o transbordamento do canal. Alguns bairros ficaram alagados.

O que é

A ressaca é um fenômeno que acontece todos os anos, geralmente entre os meses de março e agosto. Isso acontece quando rajadas de vento provocam a elevação do nível do mar, em época que não ocorrem tempestades. Impulsionada por correntes marítimas, a massa de água caminha com velocidade crescente até encontrar o litoral.

Ao chegar à praia, o mar agitado inunda a faixa de areia, e as ondas quebram bem próximas da orla. Até mesmo a posição da lua influencia o impacto do fenômeno natural. Durante a lua nova e a lua cheia, a maré alcança a sua maior amplitude.