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Mega-operação da Polícia Federal prende José Rainha e mais nove dissidentes do MST

José Rainha Júnior, líder dissidente do MST - 26.mar.2002 - Eduardo Knapp/Folha Imagem
José Rainha Júnior, líder dissidente do MST Imagem: 26.mar.2002 - Eduardo Knapp/Folha Imagem

Do UOL Notícias

Em São Paulo

16/06/2011 10h38

A Polícia Federal prendeu o líder sem-terra José Rainha Júnior e mais nove pessoas em operação que mobilizou mais de 60 agentes na manhã desta quinta-feira (16). Eles foram presos em oito municípios da região oeste do Estado de São Paulo, acusados de utilizar associações civis, cooperativas e institutos para desviar verbas públicas destinadas à reforma agrária, segundo o setor de comunicação da PF.

Há 10 meses a PF investigava o grupo, que atuava, sobretudo, na região do Pontal do Paranapanema, praticando extorsão contra proprietários de terras invadidas, estelionato, peculato, apropriação indébita de recursos de assentados e extração ilegal de madeira. Além das dez prisões, mais sete pessoas foram conduzidas à sede da PF em Presidente Prudente para depor. Participaram da operação policiais federais de Presidente Prudente, São José do Rio Preto, Araçatuba e Jales.

Expulsão do MST

Uma das principais lideranças do MST na década de 90, Rainha foi expulso do movimento em meados da década passada por adotar, em suas ações, linha política e métodos divergentes dos propostos pela organização. Em abril de 2007, a direção do movimento publicou uma carta na qual afirmou que Rainha não fazia parte de qualquer instância do MST.

Entre as divergências apontadas estão o método utilizado por Rainha envolvimento do sem-terra em um projeto de biodiesel financiado por empresários e pela Petrobras e porte ilegal de arma de fogo. Mesmo expulso, Rainha e seus aliados continuaram por algum tempo utilizando a imagem do MST para dar projeção às suas ações, segundo o movimento.

Outros crimes

José Rainha já foi condenado por outros crimes. Em março deste ano, a Justiça de Teodoro Sampaio (SP) o condenou a quatro anos e um mês de prisão em regime semi-aberto por furto ocorrido durante a ocupação de uma fazenda. Em junho de 2010, Rainha foi condenado a dois anos de prisão por ter se apropriado indevidamente de R$ 1.400 de um assentado.

O líder sem-terra é acusado também por porte ilegal de arma, formação de quadrilha, furto qualificado e incêndio criminoso. Rainha chegou a ficar detido em Presidente Venceslau, mas passou a responder aos processos em liberdade.