Casamentos aumentam, mas homens e mulheres preferem casar mais tarde, mostra IBGE
O número de casamentos aumentou no Brasil no último ano. Em 2010, foram registrados 977.620 matrimônios, um aumento de 4,5% em relação a 2009, de acordo com as estatísticas do Registro Civil, divulgadas nesta quarta-feira (30) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A idade com que o homem e a mulher se casam, porém, tem subido gradativamente nos últimos anos. Em 2010, os homens solteiros que se casaram com mulheres solteiras tinham 29 anos, em média, e as mulheres, 26 anos --um ano a mais quando comparado com 2005 e dois anos a mais em relação 2000, em ambos os casos.
Para Claudio Dutra Crespo, gerente de estatísticas vitais e estimativas populacionais do IBGE, essa mudança está relacionada a questões sociais. “O país passa por um processo de transição demográfica. As mulheres postergam a maternidade e tanto homens como mulheres adiam o casamento em função do que a vida contemporânea e o mercado de trabalho exigem. Essas mudanças não são isoladas, ou seja, não dependem apenas de uma escolha individual porque estão inseridas nas mudanças sociais pelas quais o país está passando.”
Dos casamentos formalizados em 2010, 958.253 foram de cônjuges com 15 anos de idade ou mais. Desse total, verificou-se que o Estado que teve mais casamentos foi Rondônia (9,4 casamentos para cada mil habitantes com mais de 15 anos), enquanto o Amapá apresentou a menor taxa (2,7 casamentos para cada mil habitantes nessa faixa etária).
Analisando as taxas de nupcialidade é possível identificar os diferentes padrões de casamento no Brasil. Em 2010, a maioria das mulheres que se casaram tinha entre 20 e 24 anos. No caso dos homens, a maioria deles se casou com idade entre 25 e 29 anos.
No caso dos idosos, o número de homens com 60 anos ou mais que se casaram correspondeu a mais que o dobro de mulheres nessa faixa etária que formalizaram uma união. Para o IBGE, o fato de haver mais mulheres do que homens com mais de 60 anos no país reduz as chances de casamento para as mulheres idosas.
Recasamentos
Segundo análise do instituto, o aumento no número de casamentos, também verificado no período entre 2003 e 2008, é atribuído ao maior acesso aos serviços de Justiça, ao desejo dos casais de formalizarem suas uniões consensuais, às ofertas de casamentos coletivos e aos recasamentos (quando há divorciados ou viúvos envolvidos na união).
Em 2010, a maior parte dos casamentos envolveu cônjuges solteiros (81,7%), mas a proporção de recasamentos deu um salto em relação ao registrado em 2000: de 11,7% para 18,3%. “O recasamento foi crescente na última década e representa uma mudança comportamental”, afirma Crespo. As maiores proporções de casamentos entre divorciados foram verificadas no Rio de Janeiro e em São Paulo (4,2%, em ambos). Quanto às uniões entre solteiros, o Rio registrou a menor proporção (76,7%), ao passo que a mais elevada foi no Piauí (92,9%).
Apesar das mudanças, ainda é mais comum que um divorciado se case com uma solteira do que o contrário. Em 2010, 7,8% dos casamentos formalizados em todo o país foram de homens divorciados com mulheres solteiras, enquanto 4,5% foram de mulheres divorciadas com homens solteiros. Na comparação entre os Estados, as uniões formais entre homens divorciados e mulheres solteiras foram mais comuns no Distrito Federal (10%) e no Rio de Janeiro (9,4%), enquanto a situação inversa foi mais frequente em Rondônia (5,9%) e em São Paulo (5,8%).
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