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Coronel da PM diz que não houve disparos de dentro do carro em que jovem foi morto em Santos (SP)

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

19/07/2012 20h12

O coronel Hudson Camilli, comandante-geral interino da PM (Polícia Militar), afirmou nesta quinta-feira (19) que não houve disparos de dentro para fora do veículo em que estava Bruno Vicente de Gouveia e Viana, 19, morto em Santos (a 85 km de São Paulo), na madrugada de hoje, com um tiro na cabeça disparado por policiais militares. 

Uma adolescente de 15 anos e um rapaz de 20 também ficaram feridos e foram internados. A garota está na UTI de um hospital de Santos, em estado grave. Em depoimento, o motorista, que tem 28 anos, disse que não parou no bloqueio porque não possuía CNH (Carteira Nacional de Habilitação).

A morte teria ocorrido durante uma suposta perseguição policial nos morros Nova Cintra e São Bento. Segundo os policiais, Viana estava com cinco amigos no carro quando houve uma tentativa de abordagem. A ordem para parar o veículo não teria sido obedecida.

Em depoimento à Polícia Civil, os PMs disseram que houve disparos contra os policiais. A versão, entretanto, foi negada pelo comandante interino. "Embora tivesse armas dentro do carro, não houve disparo", disse Camilli.

Segundo o coronel, depois que o carro furou o bloqueio policial teve início a perseguição. Um carro da polícia teria atravessado a frente do veículo e começado a atirar. Os policiais que perseguiam o carro em que os jovens estavam ouviram os tiros e também passaram a atirar, acreditando que os disparos estavam partindo de dentro do carro onde estavam os jovens. Ao todo, os policiais atiraram 25 vezes contra o carro.

Os PMs envolvidos no caso disseram ter encontrado uma arma de brinquedo e um revólver calibre 22 no carro em que estavam os jovens. Amigos de Viana negaram ter armas no carro e também ter atirado na direção dos policiais.

O coronel afirmou que o caso em Santos é distinto do episódio que resultou na morte do publicitário Ricardo Prudente de Aquino, 39, na noite de ontem (18) no bairro do Sumaré, zona oeste da capital paulista. Ele também morreu atingido por tiros disparados por policiais militares. Segundo a PM, o publicitário também não parou em um bloqueio.

"Em Santos havia seis jovens no carro, alguns com antecedentes criminais, e havia armas e bebidas", afirmou, sem especificar quais ocupantes do carro tinham passagem pela polícia. Questionado, o coronel não respondeu se houve erro ou não na abordagem em Santos. (Com Agência Estado)