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Itamaraty diz que pedido para revogar visto de brasileira que leiloou virgindade não é de sua alçada

A catarinense Catarina Migliorin, 20, leiloou sua virgindade pela internet - Arquivo pessoal
A catarinense Catarina Migliorin, 20, leiloou sua virgindade pela internet Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL, em Brasília

29/10/2012 17h52Atualizada em 29/10/2012 22h03

Após o subprocurador-Geral da República João Pedro de Saboia Bandeira de Mello ter enviado um e-mail na última sexta-feira (26) ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, pedindo a revogação do visto da estudante brasileira Ingrid Migliorini, conhecida como Catarina, na Austrália, o ministério informou que tal decisão não é da alçada do Itamaraty.

O ministério esclarece, no entanto, que o pedido, por enquanto, foi feito de forma informal, através de um e-mail, e não através de um ofício. De acordo com a assessoria de imprensa do ministério, a praxe é encaminhar os ofícios enviados pela Procuradoria Geral da República, o que ainda não aconteceu.

A assessoria de imprensa do Itamaraty afirma que a concessão de visto e a deportação são prerrogativas do governo australiano, cabendo ao Brasil apenas atuar nos limites legais delineados na Convenção de Viena sobre Relações Consulares.

Catarina, 20, ficou conhecida por leiloar sua virgindade em uma reality show na Austrália, país onde vive atualmente. Segundo os produtores do show, Catarina se entregará a um estranho a bordo de um avião entre a Austrália e os Estados Unidos.

O leilão foi encerrado na última quarta-feira (24), com um lance de US$ 780 mil (o que equivale a cerca de R$ 1,5 milhão). O último lance computado pela virgindade da brasileira foi dado por um japonês identificado apenas como Natsu.

A Procuradoria Geral da República confirma que o subprocurador enviou o e-mail ao Itamaraty, mas não revela seu conteúdo. Procurado, o subprocurador-geral da República não quis dar entrevistas para comentar o assunto.

O subprocurador, segundo jornais que tiveram acesso ao e-mail enviado ao Itamaraty, afirma que o leilão da virgindade de Catarina "parece que se trata de crime de tráfico de pessoas" e pede a "revogação do visto (por exercício de prostituição) e a deportação [de Catarina da Austrália] com urgência".

Sobre o crime de tráfico de pessoas, o Itamaraty informou que não há indícios de que ela teve sua liberdade cerceada, condição para que se configure o tráfico de pessoas.