Número de mortos em assaltos a bancos aumentou 147,8% nos últimos dois anos, segundo confederação
O número de mortes decorrentes de violência em bancos ou correspondentes bancários chegou a 57 em 2012, enquanto em 2011 foi 49, e, no ano anterior, de 23, de acordo com levantamento feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e divulgado nesta quinta-feira (10) em São Paulo. Entre 2010 e 2012, o aumento foi de 147,8%.
Segundo os dados, o tipo de crime mais comum continua sendo a chamada saidinha de banco, que caiu de 32 em 2011 para 30 em 2012. Em seguida vêm os assaltos a correspondentes bancários, com nove casos em 2012 e cinco casos em 2011. Mortes em assaltos nas agências foram cinco em 2011 e oito no ano passado. As mortes de responsáveis pelo transporte de valores passaram de duas em 2011 para cinco em 2012.
Durante o abastecimento de caixas eletrônicos, foram mortas três pessoas em 2012 e duas em 2011. Durante arrombamentos a caixas eletrônicos, morreram duas pessoas em cada ano, e em postos de atendimento bancário, uma pessoa morreu em 2011, mas no ano passado não houve registros.
Os clientes continuam sendo as principais vítimas em assaltos envolvendo bancos. Em 2012 foram 33 pessoas mortas, enquanto em 2011 foram 30. Os vigilantes vêm em segundo lugar, ao passar de oito em 2011 para nove em 2012, enquanto o número de policiais mortos passou de quatro para seis e o de transeuntes que acabaram atingidos durante assaltos bancários foi quatro em 2012 e seis em 2011.
Entre os mortos, os homens são maioria, com 93% dos casos. Por faixa etária, o maior número de mortos tem entre 41 e 50 anos, com 11 ocorrências. Em seguida vem a faixa de 31 a 40 anos, com nove casos, e de até 30 anos, também com nove mortes. A faixa dos idosos com mais de 60 anos registra seis vítimas.
Segurança insuficiente
Segundo o presidente da Contraf-Cut, Carlos Cordeiro, os dados são preocupantes e indicam que os bancos ainda não estão investindo o suficiente em segurança, comprando equipamentos adequados, treinando pessoal e conscientizando os clientes. “E os bancos, forçando o cliente a se autoatender, empurram a porta giratória mais para dentro do banco e o cliente fica em uma área completamente desprotegida, muitas vezes com o vigilante ou bancário, que também ficam expostos”.
Cordeiro enfatizou que as mortes decorrentes das saidinhas de banco poderiam ser evitadas caso os bancos atendessem às reivindicações dos sindicatos. "Estamos exigindo dos bancos há dois anos a colocação de biombos e divisórias nos caixas eletrônicos e caixas [de atendimento presencial] dentro das unidades, para que um cliente não veja o que o outro está fazendo".
Segundo ele, as divisórias entre as filas nos caixas de atendimento evitariam que outras pessoas observassem a conversa com o atendente. Além disso, nos terminais de autoatendimento a visão de terceiros também seria prejudicada. Cordeiro ressaltou ainda que as filas demoradas também contribuem para a ação dos bandidos, que têm tempo para observar as ações dos clientes. "Na maioria das vezes, nem é essa pessoa que faz o assalto, mas é ela quem avisa a outra, que fica preparada para o assalto".
São Paulo registrou o maior número de mortes em assaltos ocorridos no sistema bancário. Em 2012 foram 15 e, em 2011, 16. Depois vem a Bahia com oito este ano contra uma em 2011; Rio de Janeiro com sete contra nove; Ceará com cinco ante uma em 2011; e Paraná com quatro, tanto em 2011 quanto em 2012.
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