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"A coisa tem de ser boa para todas as partes", diz assistente de acusação sobre confissão de Bruno; defesa do goleiro nega acordo

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Contagem (MG)

04/03/2013 16h32Atualizada em 04/03/2013 19h13

O assistente de acusação no julgamento do caso do sumiço de Eliza Samudio, José Arteiro Cavancanti, não confirmou ainda um possível acordo de confissão do goleiro Bruno, que é julgado hoje (4) pelo crime, em Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). Segundo Arteiro, no entanto, as condições dessa possível confissão não estão claras. "A coisa tem de ser boa para todas as partes", afirmou.

"Não conversamos ainda com o promotor [Henry Castro] nem com a defesa, mas caso o Bruno confesse tudo, quem foi que pagou e quem foi quem executou o crime, a sua pena pode ser reduzida de 35 anos para 18", afirmou.

Arteiro disse acreditar que partes do corpo de Eliza --a modelo teria sido esquartejada depois de ser morta-- ainda podem aparecer e facilitar a identificação por meio de DNA.

"Esse corpo está perto de aparecer", afirmou, sem explicar que informações teria para embasar sua tese.

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"Indecência" e "imoralidade"

Mais tarde, Lucio Adolfo da Silva, advogado do goleiro Bruno, voltou a afirmar, durante um intervalo no salão do júri, que não existe acordo entre os advogados de acusação e defesa para a confissão de Bruno --como mandante do sequestro e assassinato de Eliza Samudio.

"Não existe acordo. Aquela imoralidade, aquela indecência que aconteceu com o Macarrão é absolutamente ilegal. O acordo que foi feito durante o julgamento do Macarrão não existe no direito brasileiro"' afirmou o advogado.

Durante o julgamento de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, em novembro, a sua confissão de que ele havia sido responsável de levar a vitima até o sítio em que ela teria sido assassinada, acabou lhe beneficiando, com a redução da pena. Macarrão acabou condenado a 15 anos de prisão.