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Bilhete único mensal de SP deve custar mais que R$ 140 citados em campanha de Haddad

Guilherme Balza

Do UOL, em São Paulo

02/04/2013 12h43Atualizada em 02/04/2013 15h26

O valor pago pelo usuário para utilizar o bilhete único mensal nos ônibus municipais da capital paulista, previso para começar a funcionar em novembro, deverá ser maior do que os R$ 140 citados pelo prefeito Fernando Haddad (PT) durante campanha eleitoral.

A Prefeitura de São Paulo ainda não definiu quanto custará o bilhete único mensal --previsto para entrar em vigor em novembro próximo-- mas o valor é vinculado ao preço da tarifa unitária. O preço mostrado pela campanha de Haddad foi baseado no valor vigente tarifa, que é de R$ 3. Como em junho a passagem deve ser reajustada, o preço do bilhete único mensal deverá ser maior do que o estipulado na campanha, conforme declarações do secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto.

ENTENDA O NOVO SISTEMA

1º passoO usuário se cadastra na internet para receber o bilhete único mensal
2º passoCadastrado, ele vai pagar um valor fixo, ainda não definido, por mês. Em troca, pode usar o bilhete para viagens ilimitadas durante 30 dias.
3º passoO bilhete único mensal funcionará como o atual cartão, mas para impedir fraudes a prefeitura quer que as catracas dos ônibus tenham leitores biométricos (de impressão digital)

“A nova tarifa ainda não tem uma definição. Estamos fazendo estudos. Todos os cálculos que fizemos [sobre o bilhete único mensal] foi com base na tarifa atual e no subsídio atual [pagos às empresas de ônibus]", disse Tatto, em entrevista coletiva na sede da prefeitura, no centro, nesta terça-feira (2).

Segundo o secretário, o cálculo do valor do bilhete único mensal “é sempre proporcional” ao custo da tarifa. Caso haja reajuste, o custo da nova modalidade será maior do que o explorado por Haddad na campanha. “Isso é fato, haverá mudança”, afirmou o secretário.

O bilhete único mensal permitirá ao usuário dos ônibus municipais fazer quantas viagens quiser pagando um valor fixo por mês. A promessa foi um dos carros chefes da campanha do petista à Prefeitura de São Paulo.

Seguindo orientação do governo federal, Haddad adiou o reajuste da tarifa de janeiro para o mês de junho deste ano.

O governo federal, em parceria com as administrações municipais, estuda reduzir a cobrança de impostos de empresas de ônibus, como o PIS/Cofins, para reduzir o valor das tarifas ou evitar reajustes.

Outra forma de evitar o aumento, defendida por Haddad, é reativar a Cide (Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), "subsídio cruzado" no qual o preço da gasolina é aumentado para custear a redução na passagem de ônibus. Nos cálculos de Haddad, para cada R$ 0,10 aumentados no preço do litro da gasolina, economiza-se R$ 0,15 na tarifa de ônibus.

Questionado pela reportagem se a prefeitura vislumbra a hipótese de não haver reajuste, Tatto afirmou que só trabalha com base em fatos concretos.

O cadastramento para a nova modalidade do bilhete único, que permitirá ao usuário fazer quantas viagens quiser por um valor fixo mensal, começa no dia 15 de abril.