Tarifa do teleférico do Alemão sobe de R$ 1 para R$ 5; preço é o maior do transporte no Rio

A partir da próxima sexta-feira (26), quem for tomar o teleférico do Alemão irá desembolsar R$ 5 por trecho, um aumento de 400% em relação à tarifa anterior, de R$ 1.

A mudança torna o teleférico o meio de transporte mais caro da cidade em comparação com o ônibus (R$ 2,75), trem (R$ 3,10), metrô (R$ 3,50) e barcas (R$ 4,80). Os moradores cadastrados seguem tendo direito a duas passagens gratuitas por dia e pagam R$ 1 por viagem excedente.

Inaugurado em 2011, o teleférico do Alemão tem 3,5 quilômetro de extensão, seis estações e 152 gôndolas que transportam, segundo a SuperVia, 12 mil passageiros por dia. Com a mudança, cada quilômetro percorrido passa a custar aproximadamente R$ 1,43.

A concessionária justifica o aumento, chamado de tarifa turística, como uma forma de custear a programação cultural do teleférico que estreia neste sábado (27) com apresentações de dança, teatro, circo, música, entre outros, distribuídas pelas estações.

A empresa afirma ainda que a maior parte dos usuários do meio de transporte são turistas, chegando a uma taxa de ocupação de não moradores de 70% durante o fim de semana.

Para o deputado estadual Gilberto Palmares (PT), no entanto, a mudança, não prevista no contrato de licitação, é “abusiva”.

“Dizer que é uma tarifa turística não é suficiente. Tem uma parcela significativa de pessoas que usam esse serviço e não são turistas. Como fica quem trabalha na comunidade, quem tem família lá?”, questiona Palmares, que solicitou nesta quarta (24) pela manhã uma audiência pública para tratar do caso ao presidente da Comissão de Transporte da Assembléia Legislativa do Rio, deputado Marcelo Simão(PSB).

O próprio Simão fez graça com o aumento. “É o efeito Salve Jorge”, disse, referindo-se a novela homônima da Rede Globo.

Parte das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) feitas no conjunto de favelas, como a construção de casas, escolas e de uma unidade de saúde, o teleférico foi construído pelo governo do Estado em parceria com a União e custou R$ 210 milhões.