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Corregedoria investiga ação da polícia durante caça a traficante no Rio

Do UOL, em São Paulo

06/05/2013 13h14

A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando a ação de agentes durante operação para caçar o traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, na noite de 11 de maio de 2012, na favela da Coreia, zona oeste da capital fluminense.

Imagens de uma câmera de segurança instalada em um helicóptero da Polícia Civil, exibidas com exclusividade na edição deste domingo (5) do "Fantástico" da Rede Globo, mostram que os policiais atingiram casas e prédios durante perseguição ao traficante.

A câmera noturna registrou toda a perseguição ao traficante. Os policiais civis acompanhavam toda a movimentação de Matemático, a uma altura entre 900 e 1.200 metros. Num dado momento, o helicóptero desce a até 20 metros, e os policiais começam a atirar contra o carro em que estaria o traficante.

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A perseguição se prolongou por nove quarteirões da comunidade. Centenas de disparos são feitos, atingindo casas e prédios da região, segundo a reportagem.

Alguns imóveis possuem marcas dos tiros até hoje. As imagens mostram que motociclistas e pedestres transitavam pela rua em meio aos disparos dos policiais.

Durante a perseguição, os policiais diziam termos como "vamos incendiar [o traficante]" e "pega, pega, pega."

A delegada Martha Rocha, chefe da Polícia Civil, classificou a operação como "desproporcional". "O papel da polícia é prender, a morte é em último caso", disse à reportagem do "Fantástico". Ainda de acordo com a matéria, o secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou em nota que o "setor especializado nessas ações tem que dar uma resposta à sociedade e quem teve a responsabilidade de agir tem que ter a responsabilidade de arcar com as consequências".

O traficante, que foi baleado pelos policiais que estavam no helicóptero, estava sendo monitorado pela Polícia Federal havia cinco meses. A Polícia Civil fez o cerco a Matemático após receber informações da PF. O traficante foi encontrado morto no dia seguinte, supostamente em uma troca de tiros com a Polícia Militar ocorrida logo após ele ter sido alvejado pelos policiais civis.

Especialistas em segurança pública ouvidos pela reportagem do "Fantástico" criticaram a operação, dizendo que ela ofereceu inúmeros riscos aos moradores. Além do traficante, ninguém foi atingido pelos disparos, segundo a Polícia Civil. O helicóptero utilizado na operação chegou a ser atingido por tiros feitos pelos suspeitos.

O piloto do helicóptero, Adonis Lopes de Oliveira, disse que a operação não ofereceu riscos aos que não tinham relação com o episódio e que a ação foi legítima.