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Aos 65 anos, "Barbie pernambucana" é eleita a mais bela idosa de SP

Gabriela Fujita

Do UOL, em São Paulo

09/05/2013 17h15

A pernambucana Irenilda de Oliveira Menezes, 65, foi eleita nesta quinta-feira (9) a mais bela idosa da capital paulista, na décima edição do concurso realizado pela Secretaria de Estado de Saúde. O evento faz parte da programação para o Dia das Mães.

"Estou muito emocionada. Tão emocionada que estou até com uma dor no peito", disse a costureira aposentada que se mudou para São Paulo há 38 anos.

Irenilda conta que chega a gastar até R$ 1.000 em produtos cosméticos para se cuidar, o que lhe rendeu o apelido de "Barbie" entre as amigas.

"Eu não esperava [ser eleita a Miss CRI-IPGG 2013]. Esperava ganhar como [Miss] Simpatia ou [Miss] Elegância", afirmou após ser escolhida.

As demais vencedoras foram: Maria Helena Fernandes Bozzo, 87 (Miss Simpatia); Maria Paula, 67 (Miss Timidez); Nair Cardozo, 61 (Miss Beleza); Clarissa Ruth Lianda, 65 (Miss Sorriso); e Vilma Person Leonel, 86 (Miss Elegância).

O concurso não dá prêmios em dinheiro, mas as finalistas receberam as tradicionais faixas de miss e buquês de flores, e também irão participar como convidadas especiais do Baile do Dia das Mães, na próxima sexta-feira (10).

Foi difícil disputar com as "meninas", diz vencedora do concurso

Inscritas, sem saber, por parentes

Entre as 25 candidatas que disputaram os títulos, 14 têm entre 60 e 69 anos, 9 têm entre 70 e 79, e apenas duas têm mais de 80. 

A mais nova delas, Nanci Alves, 60, foi inscrita de surpresa pelo marido, o corretor Braz Nogueira, com quem está casada há dez anos. “Ela é a mulher mais linda do mundo, não tem mulher mais bonita que ela!”, diz. Para Nanci, essa é uma idade que deve ser valorizada. “Eu cheguei aos 40 e falei, puxa, estou legal aos 40. Cheguei aos 50, tô legal. Aos 60 eu estou desse jeito, é o máximo! Para mim foi o máximo participar de um concurso aos 60 anos de idade.”

A candidata menos nova, vamos dizer assim, foi inscrita pelo filho, sem saber, e acabou eleita Miss Simpatia. Aos 87 anos, Maria Helena Fernandes Bozzo fez ela mesma o vestido usado no desfile, em dois dias. Dona de uma confecção e ainda na ativa, já tinha desfilado no ano passado, mas não pensava em voltar este ano; só não esperava ser ‘enganada’ pelo filho. “Mãe, amanhã a gente vai ter que dar uma saidinha, se põe bonitinha”, foi o que ele disse à ela na véspera do concurso.

Candidata iniciante queria se "auto afirmar"

Única representante de ascendência oriental e iniciante no concurso, Celina Guiyotoko, 70, decidiu se inscrever para levantar o astral. “Pra me gostar, me auto afirmar”, diz, embora não tenha convidado ninguém da família nem conhecidos para vê-la estrear na passarela.

Celina acha importante sentir-se bem nessa etapa da vida, quando é comum ficar mais tempo sozinha e o sentimento de solidão se torna frequente. “Sou viúva há oito anos, minha mãe tem Alzheimer, vejo pouco meus irmãos, oriental é meio frio, né? E os filhos não têm tempo pra gente.”

Para driblar o nervosismo e a expectativa da primeira vez, Celina caprichou: escolheu um traje de gala preto, com a frente toda bordada em dourado, comprado em Dubai –ela passeia bastante em grupos de viagem. Nos pés, saltos dourados e, para finalizar, cílios postiços.

“Eu gosto desse glamour, não importa ganhar ou não”

Acostumada às passarelas, Lourdes Casapula Gomes Ribeiro, 71, já participou de vários concursos. Em 2012, foi eleita Miss Elegância no Miss São Paulo. “Eu desfilo desde jovenzinha. Aos meus 20 anos, eu ganhei um concurso no interior de São Paulo, em Dracena, mas não tinha título”, ela conta.

Nos últimos anos, Lourdes tem trabalhado para emissoras de TV como figurante. “Fiz figuração na Passione [novela da Rede Globo], várias [novelas] do SBT e agora essa Sangue Bom [da Rede Globo].”

Sobre as tentativas de se tornar miss, ela responde que, “na verdade, eu gosto desse glamour, não importa ganhar ou não! Pra mim é ótimo, eu tô desfilando, tudo bem, é o meu momento!”

O evento foi realizado no Centro de Referência do Idoso (CRI), no Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia (IPGG).