Condutor de Porsche que causou colisão com morte deixa isolamento em prisão
Fernando Sastre de Andrade Filho, condutor do Porsche envolvido na colisão que matou um motorista de app e que deixou um homem outro ferido, em 31 de março, em São Paulo, saiu do isolamento na Penitenciária 2 de Tremembé, no interior de São Paulo.
O que aconteceu
A liberação de Fernando do "regime de observação" aconteceu no domingo (19). Agora, Fernando divide a cela com outro preso, informou a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária).
Questionada pelo UOL, a SAP disse que o cabelo do motorista também foi aparado "dentro do padrão estabelecido" pela secretaria. Ao ser fichado no sistema prisional no início do mês, o colunista do UOL Josmar Jozino mostrou que a foto de Fernando indicava que ele não teve os cabelos cortados, uma medida que é de praxe quando o preso dá entrada na unidade prisional.
No dia 10, a pasta informou à reportagem que o corte no cabelo de Fernando seria realizado depois que ele passasse a conviver com a população prisional. "É nesse momento que ele terá uma segunda e definitiva foto para constar no sistema desta secretaria", esclareceu a SAP na ocasião.
SAP também informou que Fernando está "devidamente regularizado no sistema" prisional. Após se entregar à polícia, o empresário ficou preso no CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos, na Grande São Paulo. Ele foi transferido para a Penitenciária 2 de Tremembé no dia 11 de maio e ficou 8 dias no regime de observação.
Condutor de Porsche é réu
Fernando é réu sob a acusação de homicídio doloso (quando há intenção de matar) qualificado e lesão corporal gravíssima. A denúncia foi feita pela promotora Monique Ratton, do Ministério Público de São Paulo. O motorista de aplicativo Ornaldo Viana, 52, morreu após a colisão e Marcos Vinicius Rocha, 22, amigo do motorista do Porsche, ficou gravemente ferido.
A Justiça já havia negado três pedidos de prisão contra o empresário, mas o Ministério Público recorreu. Na decisão que decretou a prisão de Fernando, em 3 de maio, o desembargador João Augusto Garcia, da 5ª Câmara de Direito Criminal, apontou o risco de reiteração de condutas e citou relatos de testemunhas de que o motorista do Porsche estava alcoolizado e "não conseguia nem sequer parar em pé".
A decisão também menciona que ele transitava em velocidade acima de 156 km/h pouco antes da colisão — a velocidade permitida na via onde houve a batida é de 50 km/h. Além disso, o empresário tinha em seu histórico multas por excesso de velocidade e até um racha na avenida Paulista.
Fernando negou ter consumido bebida alcoólica antes da colisão. O empresário afirmou ainda, em entrevista ao Fantástico (TV Globo) no início do mês, que não teve nenhum tratamento privilegiado e foi tratado "como qualquer um" pela Polícia Militar. Apesar da declaração, uma sindicância aberta na corporação apontou que houve "falha de procedimento" dos PMs que abordaram o condutor após o acidente.
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