Topo

Cubatão (SP) cede à pressão popular e baixa tarifa de ônibus

Policiais usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para conter o avanço de uma manifestação realizada em Cubatão, na Baixada Santista (SP), nesta segunda-feira (1º). A Polícia Militar Rodoviária impediu que a marcha alcançasse a alça de acesso à rodovia Cônego Domênico Rangoni - Carlos Felipe/Futura Press
Policiais usaram balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo para conter o avanço de uma manifestação realizada em Cubatão, na Baixada Santista (SP), nesta segunda-feira (1º). A Polícia Militar Rodoviária impediu que a marcha alcançasse a alça de acesso à rodovia Cônego Domênico Rangoni Imagem: Carlos Felipe/Futura Press

Do UOL, em Santos (SP)

01/07/2013 22h38

A Prefeitura de Cubatão, litoral de São Paulo, anunciou no fim da tarde desta segunda-feira (1º) que reduzirá em R$ 0,25 as tarifas dos ônibus e lotações responsáveis pelo transporte municipal. O novo valor, que entra em vigor nesta terça-feira (2), passou de R$ 3,10 para R$ 2,85. Depois de Guarujá e Praia Grande, a cidade tornou-se a terceira da Baixada Santista a ceder à pressão das manifestações populares e aplicar a redução.

Mapa dos protestos

  • Clique no mapa e veja onde aconteceram os principais protestos no Brasi até agora

De acordo com o órgão, o novo valor foi possível devido a um trabalho de análise das planilhas do serviço, após a redução para zero das alíquotas do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social).

Em Praia Grande, a passagem custava R$ 3,20 desde março e voltou para o valor antigo: R$ 2,90. Já em Guarujá, a redução foi de R$ 2,90 para R$ 2,80. Os novos valores nesses municípios entraram em vigor hoje, assim como as passagens das linhas intermunicipais da Baixada Santista, que são administradas pela EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), e caíram em média R$ 0,15.

A expectativa é que a nova tarifa traga mais tranquilidade aos cubatenses, pois as manifestações são praticamente diárias no município. Na manhã de hoje, dezenas de jovens tomaram a avenida 9 de Abril, uma das principais da cidade, para reivindicar justamente a redução da tarifa do transporte coletivo.

O grupo seguiu em direção à rodovia Cônego Domênico Rangoni, que liga Guarujá à capital, para fechar a estrada, mas foram impedidos por policiais militares e rodoviários. Em vários momentos, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha foram disparadas contra a manifestação. A situação foi controlada perto do meio-dia, quando os manifestantes seguiram pacificamente em direção a Câmara Municipal.

Caminhoneiros

Se os jovens não conseguiram chegar à estrada, o mesmo não pode se dizer dos caminhoneiros que, desde o início da manhã, estão parados nos pedágios da Cônego Domênico Rangoni, na altura do km 250. Eles protestam nos dois lados da rodovia e também bloqueiam o acesso do Guarujá ao Porto de Santos, realizado pela rua do Adubo.

Em Santos, os motoristas fecharam ambos os sentidos da avenida Engenheiro Augusto Barata, conhecida como Retão da Alemoa. A via é o principal acesso dos caminhoneiros ao porto santista, que operou muito abaixo de sua capacidade nesta segunda. Para bloquear as pistas, foram utilizados pneus queimados e pedras.Por volta das 22h30, de acordo com informações da Ecovias, concessionária que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, a paralisação causa congestionamento na entrada da cidade pela Anchieta.

A categoria é contra a cobrança do chamado eixo-suspenso do caminhão. Essa foi uma das medidas tomadas pelo governador Geraldo Alckmin para suspender o aumento dos pedágios nas rodovias paulistas, que aconteceria hoje.

Agora à noite, a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) divulgou nota informando que “a cobrança do eixo suspenso não foi implantada hoje, pois ainda depende da conclusão de medidas jurídicas e técnicas para ser efetivada. Não há previsão para conclusão dessas medidas”.

Ainda não se sabe quando a manifestação dos caminhoneiros acabará. A previsão inicial é de 24 horas, mas ela pode ser estendida se Alckmin não se pronunciar oficialmente revogando a cobrança por eixo suspenso.