Paulínia (SP) é primeira cidade do Brasil a anunciar tarifa zero após protestos
A cidade de Paulínia (119 km de São Paulo) é a primeira do país a adotar a tarifa zero no transporte público municipal após a recente onda de manifestações que tomou as ruas do país no mês passado e começo de julho. A medida foi anunciada nesTa terça-feira (16) pelo prefeito, Edson Moura Junior (PMDB), e vale a partir do próximo dia 1º. Hoje, a tarifa em Paulínia custa R$ 1.
Moura Junior foi diplomado ontem pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e fez o anúncio já na cerimônia em que foi oficializado na chefia do Executivo.
Integrante do MPL (Movimento Passe Livre) em São Paulo, o professor de história Lucas Monteiro definiu: “Paulínia não só é a maior cidade brasileira a ter hoje implantada a tarifa zero, como também é a primeira a fazer isso desde o fim dos protestos”, disse. Para Monteiro, “isso prova que é possível implementar a tarifa zero em qualquer outra cidade; dinheiro para isso há. A questão é ter isso como política pública”, concluiu.
Segundo Monteiro, Paulínia entra para o grupo de cidades como Agudos e Potirendaba, também no interior paulista, e Porto real, no Rio de Janeiro, e Ivaiporã, no interior do Paraná, nas quais a gratuidade já foi implementada pelo poder público no sistema de transporte.
A assessoria de imprensa da prefeitura de Paulínia informou que “ainda estão sendo feitos estudos com as empresas de transportes para determinar os custos" da medida. "A cidade é muito rica, arrecada por mês R$ 80 milhões, não tem razão para não subsidiar integralmente a passagem”, completou.
Orçamento bilionário
Com cerca de 87 mil habitantes segundo o censo do IBGE de 2012, a cidade de Paulínia tem um orçamento de R$ 1 bilhão. O município concentra um grande parque petroquímico, com refinarias e indústrias de processamento de petróleo.
Para efeito de comparação, São Paulo tem um orçamento de R$ 42 bilhões e uma população 126 vezes maior (11 milhões de habitantes).
Posse após manobra política
Segundo blog do jornalista Fernando Rodrigues, Edson Moura Júnior tomou posse graças a a uma brecha aberta em maio deste pelo TSE para que políticos fichas sujas em todo o país disputem a eleição e, às vésperas do pleito, sejam substituídos por alguém de confiança em seu lugar. No caso de Moura Júnior, ele foi eleito graças a uma manobra do seu pai, Edson Moura (PMBD), condenado duas vezes pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por improbidade administrativa.
Edson Moura disputou a eleição por força de uma decisão liminar (provisória) a seu favor. Renunciou às 18h11 do sábado, 6 de outubro de 2012, a pouco mais de 12 horas da abertura das urnas. Em seguida, o PMDB registrou o seu filho como candidato substituto.
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