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Melgaço (PA) tem o pior IDH municipal do Brasil

Clique na imagem e confira o Índice de Desenvolvimento Humano da sua cidade; infográfico traz dados de educação, renda e longevidade em 1991, 2000 e 2010 - Arte UOL
Clique na imagem e confira o Índice de Desenvolvimento Humano da sua cidade; infográfico traz dados de educação, renda e longevidade em 1991, 2000 e 2010 Imagem: Arte UOL

Fernanda Calgaro

Do UOL, em Brasília

29/07/2013 17h58Atualizada em 09/08/2013 14h31

Com uma população de quase 25 mil habitantes, o município de Melgaço, no Arquipélago de Marajó, no Pará, tem o pior IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) do país, com 0,418, figurando na faixa de cidades com muito pouco desenvolvimento humano. A maior parte da população (77,82%) vive em área rural.

O índice leva em conta dados dos censos demográficos do IBGE em três dimensões: educação, saúde (expectativa de vida) e renda. A escala varia de 0 a 1 (quanto mais próximo do 1, mais desenvolvido) e está dividida em cinco faixas (de muito baixo a muito alto desenvolvimento).

Embora esteja na rabeira do ranking nacional, Melgaço apresentou avanços nas últimas duas décadas. Em 1991, quando a cidade completou 30 anos de existência, o IDHM era de 0,177. A cidade teve um incremento no seu índice de 136,16% no período, acima da média de crescimento nacional (47,46%) e da média de crescimento do Estado do Pará (56,42%).

As 10 cidades com pior IDHM

CidadeIDHM 2013
Melgaço (PA)0,418
Fernando Falcão (MA)0,443
Atalaia do Norte (AM)0,450
Marajá do Sena (MA)0,452
Chaves (PA)0,453
Uiramutã (RR)0,453
Jordão (AC)0,469
Bagre (PA)0,471
Cachoeira do Piriá (PA)0,473
Itamarati (AM)0,477

A educação e a expectativa de vida foram os marcadores que mais puxaram o índice para cima ao longo dos anos. A expectativa de vida ao nascer era de 57,8 anos em 1991. Em 2010, subiu para 71,6 anos.

A mortalidade infantil, de crianças com menos de um ano, passou de 77,1 por mil nascidos vivos em 1999 para 22,4 por mil nascidos vivos em 2010. A taxa do Estado do Pará é de 20,3 por mil nascidos, e a do Brasil, 16,7 mil.

Já em educação, quando se olha a população adulta de Melgaço, o percentual de pessoas com 18 anos ou mais que tinham o ensino fundamental completo saltou de 1,8% em 1991 para 12,34% em 2010.

O acesso à escola na cidade também melhorou consideravelmente entre a faixa mais jovem da população, mas, a exemplo do que ocorre no restante do país, manter os adolescentes nos bancos escolares se mostra um dos grandes gargalos da educação no município.

Na esteira da universalização da educação básica, conforme aconteceu nacionalmente, o número de crianças de 5 e 6 anos matriculadas subiu de 7,63% para 58,68%.

Se antes apenas 1,88% dos estudantes de 11 a 13 anos de idade estavam nos anos finais do ensino fundamental, indicando uma grande defasagem da série em relação à idade adequada, em 2010, esse percentual alcançou 35,83%.

À medida que se avança nos ciclos escolares, as evoluções ficaram mais tímidas. Em 1991, somente 0,91% dos jovens de 15 a 17 anos tinham ensino fundamental completo; em 2010, eram 6,89%.

Entre os jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo, eles representavam 0,64% em 1991, ante 5,63%, em 2010.

Renda foi o marcador que menos cresceu. Em 1991, a renda per capita era de R$ 110,92. Vinte anos depois, havia chegado em R$ 135,21.