Cinco cachorros são resgatados em área alagada por rompimento de adutora no Rio
Voluntários da Suipa (Sociedade União Internacional Protetora dos Animais) conseguiram resgatar nesta terça-feira (30) cinco cachorros que estavam na área afetada pelo rompimento de uma adutora da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) na estrada do Mendanha, em Campo Grande, na zona oeste do Rio. O acidente provocou a morte de um cão, segundo informações dos voluntários.
TRAGÉDIA
Pensei que fosse um tsunami. Foi muito forte, muita água e vento. Só tive tempo de levar minha família para a cozinha e a água já começou a entrar
Jorge Luiz Carvalho, morador de Campo Grande, na zona oeste do RioA Suipa deslocou para a região um veterinário e dois enfermeiros a fim de garantir que os cachorros fossem acolhidos depois da enxurrada que alagou casas, arrancou telhados e arrastou carros. Uma criança de três anos morreu.
Segundo a direção da Suipa, a equipe ficará até o fim do dia em Campo Grande com o intuito de resgatar mais animais. Cães que estão presos em casas ilhadas, nas quais os voluntários não podem entrar, estão sendo alimentados à distância. A comida é jogada por cima de muros e portas.
Vítimas
A vítima fatal foi identificada pelo Corpo de Bombeiros como Isabela Severo da Silva, de apenas três anos. Após ser atendida no hospital Rocha Faria, em Campo Grande, a menina teve parada cardiorrespiratória e não resistiu.
Outras 16 pessoas foram resgatadas com ferimentos, das quais oito foram encaminhadas ao hospital Rocha Faria. Segundo boletim da Secretaria Estadual de Saúde, há duas crianças e cinco adultos. Apenas uma vítima recebeu alta.
Veja o local do acidente
As sete pessoas hospitalizadas apresentam quadro clínico estável, informou o órgão estadual. A maioria teve escoriações. Uma criança e um adulto passaram por tomografia e aguardam avaliação cirúrgica.
Técnicos da Defesa Civil que estão no local informaram que houve o desabamento de 17 casas em função da força da água. Outras 16 foram atingidas parcialmente. O acidente deixou 72 pessoas desabrigadas e 70 desalojadas.
Água jorrando por uma hora e meia
O rompimento da adutora, cujas circunstâncias ainda estão sendo investigadas, fez com que a água ficasse jorrando por aproximadamente uma hora e meia --o vazamento teve início durante a madrugada e só cessou por volta das 7h30.
Bombeiros designados para o trabalho de resgate informaram que a água chegou a dois metros de altura dentro das casas. Quatro carros da corporação e duas ambulâncias foram encaminhados ao local --houve relatos de moradores ilhados nas casas.
DESESPERO
A mãe da vítima Isabela Severo da Silva, Rebeca Severo, disse que buscou ajudar a filha a se refugiar na cada de um vizinho, pulando o muro, mas a parede acabou desabando em virtude da força da água e caindo sobre a vítima.
Por volta das 5h40, um morador detectou um vazamento e fez o comunicado à Cedae, de acordo com o gerente regional do órgão, Almir Silva. O acidente ocorreu por volta das 6h.
Silva afirmou que não seria prudente fechar toda a estrutura de distribuição de água de uma só vez, pois havia risco de que a pressão da água provoque danos à rede de encanamento. Das 6h25 às 7h, a Cedae paralisou o serviço de forma gradativa a fim de evitar mais estragos, informou o gerente.
"NÃO ERA CHUVA"
"De repente, eu vi que a chuva não ia passar, não era chuva. Olhamos para as casas, as casas todas caindo, resolvemos sair", afirmou o mecânico Agilson Silva, resgatado com ferimentos nas pernas e no rosto.
Ainda segundo o representante do órgão, outras três adutoras passam pela região da estrada do Mendanha. O rompimento ocorreu na altura do número 4.500 da rodovia, e a estrada do Mendanha, que liga o bairro à avenida Brasil, foi interditada no trecho.
De acordo com a Cedae, não haverá desabastecimento de água no local. O fornecimento de energia elétrica foi cortado para evitar acidentes. Na versão do diretor da Cedae, Jorge Briard, a previsão é que a adutora volte a funcionar durante a noite.
"Essa tubulação não tem nenhum histórico de vazamento. Esse foi um acidente pontual e não tem nenhuma relação com a manutenção", afirmou Briard. "Técnicos estão investigando o que aconteceu. O governo do Estado vai ressarcir integralmente os danos dos moradores, mantê-los abrigados em hotéis e, se for necessário, dar medicação e alimento."
Em entrevista à Globo News, o especialista em gerenciamento de risco Moacyr Duarte disse que "é preciso se atentar para o deslocamento de terra que é causado pelo alagamento. Evitar consequências mais graves é a maior preocupação do Corpo de Bombeiros no momento, dado o número de moradores ainda ilhados nas casas". (Com Agência Brasil e Band)
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