Polícia conclui caso de irmãs mortas por mãe em SP sem ouvir suspeita
A polícia concluiu nesta sexta-feira (20) as investigações da morte das irmãs de 13 e 14 anos, encontradas dentro de casa no Butantã, zona oeste de São Paulo, mesmo sem ouvir a mãe das adolescentes, Mary Vieira Knorr, 53, que foi indiciada por duplo homicídio qualificado.
Os investigadores responsáveis pelo caso tentaram interrogar a corretora de imóveis três vezes durante esta semana. Ela está internada no pronto-socorro do Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo) sob custódia da polícia.
Nesta sexta, ela foi liberada pelos médicos para prestar depoimento, mas se recusou a falar. Segundo a assessoria de imprensa da unidade, o estado de saúde dela é estável, e não há previsão de alta.
A mãe foi presa e autuada em flagrante depois de, segundo a polícia, confessar ter matado as filhas Paola Knorr Victorazzo, 13, e Giovanna Knorr Victorazzo, 14. Os corpos das adolescentes foram achados em um beliche em um dos quartos da casa onde moravam na rua Doutor Romeu Ferro, no Butantã. A corretora estava agonizando na sala da casa. Segundo a polícia, ela tentou suicídio.
Entenda o caso
Uma denúncia sobre um vazamento de gás feita ao Corpo de Bombeiros levou à descoberta do crime. Quando os bombeiros chegaram à casa encontraram o imóvel trancado. Não havia sinais de arrombamento, e ninguém respondia aos bombeiros.
Ao entrarem, a mulher estava na sala, e o gás aberto. O quarto onde foram localizados os corpos das meninas estava revirado e com fezes de animais - a perícia suspeita que as jovens estivessem mortas há dias. No box do banheiro do quarto havia ainda um cachorro morto com um saco plástico amarrado na cabeça.
Segundo a polícia, os corpos das adolescentes possuíam sinais de estrangulamento. O laudo do IML (Instituto Médico Legal) que apontará as causas das mortes deve ficar pronto em 20 dias.
Mary é divorciada e tem outros dois filhos, de 27 e 31 anos, do primeiro casamento. Segundo a Polícia Militar, Mary tinha passagem pela polícia por periclitação de vidas (pôr em risco a vida de alguém) e estelionato. Uma amiga de Mary contou que ela tinha muitas dívidas.
Outros casos de famílias mortas
Outros três casos de famílias encontradas mortas foram registrados na Grande São Paulo em pouco mais de um mês. O de maior repercussão aconteceu no começo de agosto. Cinco pessoas da mesma família foram achadas mortas na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo. O adolescente Marcelo Pesseghini, 13, é apontado como responsável pelas mortes dos seus pais, o sargento da Rota (tropa de elite da Polícia Militar) Luís Marcelo Pesseghini, e a cabo da PM Andréia Bovo Pesseghini, além da avó Benedita Bovo, 65, e a tia-avó Bernadete Bovo, 55.
A polícia defende a tese de que Marcelo matou os parentes na madrugada de domingo (4) para segunda-feira (5), foi à escola e, ao voltar para casa, cometeu suicídio.
No dia 7 deste mês, a polícia encontrou corpos de quatro pessoas de uma pessoa família em Cotia (SP). A suspeita é que o cabeleireiro Claudinei Pedrotti Júnior, 39, tenha matado a mulher de 26 anos e seus dois filhos, de 7 e 2 anos.
No último dia 17, uma auxiliar de enfermagem foi encontrada morta com seus quatro filhos em Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo. Os cinco corpos estavam dentro da casa onde a mulher e os filhos moravam, no Jardim São Miguel. Eles foram encontrados mortos sem sinal de agressão física na residência. Muitas fezes e vômito foram encontrados espalhados pelo chão do apartamento.
Duas meninas, de 7 e 11 anos, foram achadas na sala; o irmão de 13 anos, em um dos quartos; uma adolescente de 17 anos estava no banheiro; e a mãe, a auxiliar de enfermagem Dina Vieira Lopes da Silva, 43, em outro quarto. O namorado da mãe, o boliviano Alex Guinones Pedrazza, 33, é o principal suspeito do crime.
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