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Polícia investiga se filho de 13 anos matou casal de PMs e se suicidou em SP, diz comandante

Do UOL, em São Paulo

06/08/2013 05h46Atualizada em 06/08/2013 14h50

A perícia feita na casa onde cinco integrantes da mesma família foram mortos na segunda-feira (5), na zona norte de São Paulo, aponta para homicídio seguido de suicídio, segundo o coronel da PM Benedito Roberto Meira. 

Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, o filho de 13 anos do casal de PMs que também foi encontrado morto, é o principal suspeito do crime. Inicialmente foi divulgado que o menino tinha 12 anos.

"Pelo que foi encontrado no local [do crime], não tem nenhum objeto revirado. O armamento foi o mesmo em todas as mortes, não tinha calibres diferentes e não tinha sinal de arrombamento [na casa]", afirmou Meira em entrevista na madrugada desta terça-feira (6).

Ainda segundo o PM, o garoto era canhoto e o disparo que o matou foi feito do lado esquerdo da cabeça dele, o que poderia ser indício de suicídio. 

"Há indícios de suicídio", diz PM

Uma arma calibre 40, que pertencia à mãe do menino, a cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini, estava sem cinco balas e foi encontrada debaixo do corpo dele. Na garagem da casa, de acordo com o registrado no boletim de ocorrência, foi encontrada uma mochila com uma arma calibre 32 e uma faca, além de outros objetos.

O carro de Andreia foi encontrado em frente ao colégio Stella Rodrigues, na Freguesia do Ó (zona norte), onde o menino estudava. Segundo Meira, câmeras de segurança vão poder mostrar quem dirigiu o carro até o local. Investigadores do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) estão na manhã de hoje no colégio.

Menino esteve em colégio quando pais já estavam mortos

Ao menos duas professoras de Marcelo comentaram o crime em textos no Facebook. Uma delas, que usou a foto do menino como sua própria imagem de perfil acrescida da palavra "luto", disse ter visto Marcelo na escola ainda ontem de manhã --quando as investigações apontam que os pais dele já estavam mortos em casa.

“Não consigo parar de chorar... abracei tanto ele hoje de manhã... acabou sendo minha despedida”, relatou a professora.

Outra professora de Marcelo também disse estar “de luto”. Ela definiu o adolescente como “engraçado, amigo e carinhoso”. “Nunca mais minha aula vai ser igual nesta classe. Um dos meus anjinhos foi embora”, escreveu.

Outras hipóteses

Meira reforçou que a investigação não trabalha só com a hipótese de suicídio do garoto: "Nada impede que outras versões possam acontecer".

Procurada, a Polícia Militar informou que as informações serão repassadas pela Polícia Civil, que investiga o caso. 

Os cinco corpos estão no IML (Instituto Médico Legal) central, na zona oeste de São Paulo, e devem ser liberados à tarde.

Chacina deixa cinco mortos

O casal de policiais militares Luis Marcelo Pesseghini e Andreia e o filho deles Marcelo foram mortos a tiros na Brasilândia, zona norte de São Paulo. Luiz Marcelo era sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), tropa de elite da polícia paulista.

Além dos três, mais duas parentes também foram mortas: Benedita Oliveira Bovo, 65, a mãe da cabo, e Bernadete Oliveira da Silva, 55, tia dela. Elas foram encontradas em outra casa que fica no mesmo quintal, em um mesmo quarto, porém em camas separadas.

Os corpos das vítimas foram encontrados na tarde de segunda-feira. A polícia foi até a casa das vítimas depois de ter estranhado a ausência da policial no serviço. O sargento da Rota estaria de folga, e colegas de trabalho de um "bico" que ele fazia também estranharam a ausência.

O boletim de ocorrência do caso registra que uma testemunha que trabalhava com Andreia e morava perto das vítimas ligou para a polícia ao perceber que uma das casas estava fechada às 14h e aberta às 18h, com luzes acesas, sem que ninguém respondesse aos chamados.

O sargento estava havia mais de 15 anos na Rota. O caso deverá ser investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil.