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Secretário de Haddad é citado em escuta de esquema de corrupção

O vereador licenciado Antonio Donato, secretário de Governo da gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo - 12.nov.2012 - Jorge Araujo/Folhapress
O vereador licenciado Antonio Donato, secretário de Governo da gestão de Fernando Haddad (PT) na Prefeitura de São Paulo Imagem: 12.nov.2012 - Jorge Araujo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

04/11/2013 00h23

Escutas telefônicas reveladas na noite deste domingo (3) pelo programa Fantástico, da TV Globo, voltam a envolver o secretário de Governo da gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), Antonio Donato, no suposto esquema de corrupção que pode ter desviado R$ 500 milhões da Prefeitura de São Paulo.

No esquema, que ocorreu durante a gestão do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD), entre 2007 e 2012, fiscais cobravam propina para reduzir o valor do ISS (Imposto Sobre Serviços) de imóveis novos.

Na conversa de um dos envolvidos, o fiscal Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, com uma mulher apontada como amante dele pelo Ministério Público, a mulher afirma que Donato teria recebido do fiscal R$ 200 mil “para sua campanha eleitoral”. Donato é vereador licenciado e nega ter recebido dinheiro.

Veja a transcrição da conversa revelada pelo Fantástico:

Mulher: Vou ligar para o Donato amanhã, porque eu não liguei pra ele ainda e vou falar: você lembra que você recebeu R$ 200 mil do Luís Alexandre para a sua campanha eleitoral?
Luís Alexandre: Eu nem sei quem é Donato.
Mulher: Você sabe muito bem quem é Donato. Ele trabalha lá com você. Você quer que eu lembre quem ele é?
Luís Alexandre: Não lembro desse nome.
Mulher: É Antonio Donato Madorno.

Em entrevista ao programa, Donato afirmou que não conhece Luís Alexandre Cardoso de Magalhães e que não recebeu nenhum dinheiro.

“Não recebi nenhum telefonema dessa pessoa, não a conheço, não recebi nenhum recurso desses servidores, essa investigação só existe porque o nosso governo tomou uma decisão forte de criar uma controladoria autônoma pra combater a corrupção em São Paulo”, disse Donato na TV.

Magalhães, um dos quatro servidores presos, foi solto no início da madrugada desta segunda-feira (4). Ele estava preso desde quarta-feira (30), mas aceitou fazer uma delação premiada --dar detalhes do esquema em troca de redução de pena.

Outra escuta

Em outra escuta revelada pelo jornal "O Estado de S.Paulo", o auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues marcou um encontro com Antonio Donato durante o período em que era investigado.

A conversa, segundo o jornal, foi em 16 de julho. Por meio da sua assessoria, Donato disse ter sido procurado por Ronilson no dia em que o auditor depôs na Controladoria Geral do Município, órgão que apura as denúncias contra servidores.