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Adutora se rompe novamente em Campo Grande (RJ)

Do UOL, em São Paulo

09/11/2013 22h24

Uma adutora se rompeu novamente neste sábado (9) em Campo Grande (RJ), na zona oeste da capital fluminense, segundo a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). Trata-se do mesmo local onde um outro caso em julho causou a morte de uma menina de três anos.

Segundo a assessoria de imprensa do Cedae, o vazamento na adutora foi detectado por volta de 17h (horário de Brasília).

O rompimento, no entanto, foi de proporções menores que o do acidente em julho, que chegou a alagar e destelhar casas com a força da água jorrada. Na ocasião, além de ocasionar a morte da menina Isabela Severo da Silva, o acidente deixou 16 pessoas feridas.

Equipes estão no local realizando os reparos na rede de abastecimento e, de acordo com a Cedae, não há risco de desabastecimento de água na região. O conserto deve ser concluído antes da meia-noite, informou a assessoria da companhia. A água acumulada no local, que chegou a alagar algumas casas, está sendo drenada.

O trecho está sob monitoramento da companhia desde o acidente em julho – um inquérito da Polícia Civil concluiu que obras irregulares no terreno que passa por cima da adutora favoreceram o rompimento.

Acidente

O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) recebeu no final de outubro o relatório do inquérito da Polícia Civil sobre o rompimento de uma adutora da Cedae em Campo Grande, que resultou na morte de uma menina de três anos e alagou casas, arrancou telhados e arrastou carros.

O empresário Emílio Rodrigues Rios, dono da empresa Guaracamp, que segundo as investigações realizou obras irregulares no terreno que passa por cima da adutora e favoreceu o rompimento, foi indiciado por homicídio doloso, 14 lesões corporais, crimes ambientais e dano ao patrimônio público.

Dois engenheiros da empresa --Denis Pinto Teixeira e Kleber Ribeiro, responsáveis pelo projeto,-- e o operador da retroescavadeira que rompeu a adutora, Jairo Martins Rodrigues, também foram indiciados pelos crimes. A reportagem tentou falar com representantes do setor jurídico da empresa, mas foi informado, às 11h, que não havia ninguém disponível no local para falar sobre o caso.

O inquérito foi concluído pelo delegado Marcus Drucker, titular da 35ª DP (Campo Grande), que ainda que também solicitou ao MP-RJ que avaliasse a possibilidade de pedir à Justiça a interdição da fábrica da Guaracamp. De acordo com a Polícia Civil, o delegado se baseou em laudos da perícia que identificaram crime ambiental no local.

Um dia após o incidente, a delegada Tatiane Damaris, também da 35ª DP, afirmou que a responsabilidade da Cedae no rompimento da adutora estava praticamente descartada.

Ela disse ainda que a perícia feita na região identificou que, durante as obras da empresa Guaracamp no local, houve passagem de maquinário pesado e acúmulo de entulho que podem ter favorecido o rompimento.

"Na planta [do terreno] há sinalização da presença da adutora. Não tem por que passar por cima com material pesado", disse a delegada, na ocasião.

Rompimento e morte

O rompimento ocorreu na manhã do dia 30 de julho e deixou 16 pessoas feridas. A menina Isabela Severo da Silva, de três anos, foi atendida no hospital Rocha Faria, em Campo Grande, teve parada cardiorrespiratória e não resistiu.

De acordo com a Defesa Civil, 17 casas desabaram em função da força da água. Outras 16 foram atingidas parcialmente. O acidente deixou 72 pessoas desabrigadas e 70 desalojadas.

No dia do incidente, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), afirmou que a Cedae se responsabilizará pela construção das casas que foram destruídas após o rompimento da adutora.