Mais de 40 motoristas são multados a cada hora por uso de celular no trânsito em SP

Mais de 40 multas foram registradas a cada hora por uso de celular ao volante no trânsito de São Paulo este ano, segundo dados fornecidos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) a pedido do UOL.

Entre janeiro e setembro deste ano, a CET aplicou 277.035 multas a motoristas que desrespeitaram a proibição do uso de celular no trânsito. São em média 1.014 notificações por dia, ou 42,2 por hora.

A infração é considerada média e rende multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira de habilitação. Segundo o artigo 252 do Código de Trânsito Brasileiro, é proibido conduzir veículo "utilizando-se de fones nos ouvidos conectados a aparelhagem sonora ou de telefone celular".

A infração foi a sexta mais frequente na capital paulista até setembro. O excesso de velocidade lidera o ranking, com mais de 2,2 milhões de multas. No período, foram registradas ao todo mais de 7,2 milhões de multas de trânsito.

Tão perigoso como beber e dirigir

De acordo com José Montal, presidente da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), pesquisas revelam que distrações no trânsito, entre elas o uso do celular, representam cerca de 30% das causas dos acidentes de trânsito.

"Hoje existe a evidência científica de que falar ou passar mensagens escritas no celular é extremamente perigoso", afirma. "Seria tão perigoso como beber e dirigir", exemplifica.

Redução no número de multas

A CET tem registrado queda na quantidade de multas por uso de celular ao volante nas ruas de São Paulo nos últimos anos. Em 2012, foram anotadas 411.138 infrações, 10,8% a menos em relação ao ano anterior.

A comparação entre as multas registradas entre 2010 e 2011 indica diminuição de 2,5% entre um ano e outro. Até setembro deste ano, o número de infrações por utilização de celular ao volante correspondia a 67,3% do total registrado em 2012.

"Uma questão observada ano a ano é que os celulares estão cada vez mais modernos, possuem viva-voz mais potentes, dispositivos de acoplagem no próprio carro, e isso diminui as ocorrências ou mesmo torna mais difícil a visualização por parte do agente", afirma a CET.

O presidente da Abramet chama a atenção para os riscos de atender uma ligação enquanto se dirige, mesmo por meio de tecnologias como o bluetooth.

"Não é uma questão de ocupar a mão, é questão de ocupar o cérebro. Dependendo da importância da conversa no telefone você vai negligenciar o dirigir, e negligenciar o dirigir tem um efeito colateral drástico que é o acidente", alerta.