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Vídeos mostram explosão que feriu cinegrafista da Band em diversos ângulos

Do UOL, no Rio

08/02/2014 15h31

Fotos e vídeos registrados pelos profissionais de imprensa que trabalhavam no protesto contra o aumento da passagem de ônibus no Rio de Janeiro, na última quinta-feira (6), na Central do Brasil, no centro da capital fluminense, mostram diversos ângulos a explosão do artefato que feriu gravemente o cinegrafista da "Band" Santiago Ilídio Andrade, 49.

A investigação da Polícia Civil do Rio avançou após a divulgação de imagens da "TV Brasil" que flagram a ação de dois suspeitos. Um deles se apresentou à polícia na madrugada deste sábado (8). Até então, o titular da delegacia de São Cristóvão (17ª DP), Maurício Luciano, responsável pelo caso, trabalhava com a existência de apenas um suspeito.

Além do material jornalístico, os investigadores analisam imagens das câmeras de trânsito da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) e do equipamento de segurança do CML (Comando Militar do Leste), situado próximo à Central do Brasil, onde Andrade foi atingido. O objetivo é identificar um suspeito de camisa cinza e calça jeans, que seria, na versão da polícia, o responsável por acender o artefato.

PRINCIPAL SUSPEITO

  • Reprodução/TV Brasil

    Imagens da "TV Brasil" mostram um homem de camisa cinza e calça jeans correndo pela Central do Brasil. Para a Polícia Civil, ele foi o responsável por acender o rojão que feriu Santiago Ilídio Andrade

O cinegrafista da "Band" está em coma induzido e seu estado é considerado gravíssimo, segundo boletim médico divulgado nesta manhã pelo Hospital Municipal Souza Aguiar.

"Não tive intenção de machucar", diz suspeito

Identificado como coautor da explosão que feriu Santiago Ilídio Andrade, na quinta-feira (6), o estudante universitário Fábio Raposo se apresentou na madrugada deste sábado (8) à Polícia Civil do Rio. Em entrevista à "Globo News", o suspeito disse que "não tinha a intenção de machucar nenhum repórter".

"Nas fotos que foram apresentadas nas mídias, era eu, sim. Eu estava de camisa, bermuda e tênis. Com as tatuagens. Sim, eu que passei o artefato. Mas o artefato não era meu. Eu quero deixar isso bem claro. (...) Eu vi um rapaz correndo e ele deixou uma bomba cair no chão. Eu peguei e fiquei com ela na mão. Nesse momento, outro cara veio e falou comigo: 'Passa para mim que eu jogo! Passa para mim que eu jogo!'. Foi só isso mesmo. Em momento algum, eu vou para as manifestações para quebrar as coisas, bater em policial ou jogar pedra", relatou Raposo.

Na mesma entrevista, o jovem acabou se contradizendo pouco depois ao declarar que não sabia que se tratava de um artefato explosivo logo após pegar o objeto do chão. Por um momento, na versão dele, disse achar que estaria "devolvendo o pertence de alguém".

"Foi um acaso. Também não acredito que ele [em referência ao homem que acendeu o rojão] fez isso por mal", disse.

Raposo declarou ainda que só procurou a Polícia Civil porque estava "assustado" com a repercussão do caso. "Minha foto foi divulgada em mídias internacionais. Inclusive, eu já recebi ligações de pessoas desconhecidas que pediram para eu assumir a responsabilidade", disse.

Questionado se conhecia o homem que acendeu o rojão, Raposo declarou não ter qualquer vínculo com o suspeito. "Não tenho a menor ideia de quem seja. Eu fui sozinho na manifestação. (...) Mas eu lembro que esse cara era bem alto e chamava bastante a atenção", respondeu.