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'Estão tentando acabar com o comando da greve', diz metroviário demitido

Celina Maranhão, uma das diretoras do Sindicato dos Metroviários, foi demitida pelo Metrô-SP - Wellington Ramalhoso/UOL
Celina Maranhão, uma das diretoras do Sindicato dos Metroviários, foi demitida pelo Metrô-SP Imagem: Wellington Ramalhoso/UOL

Wellington Ramalhoso

Do UOL, em São Paulo

09/06/2014 15h58

O agente do metrô Bruno Everton Bezerra da Rocha, um dos grevistas demitidos na manhã desta segunda-feira (9) pela companhia, declarou que as demissões são uma tentativa do governo de eliminar  a diretoria do sindicato dos metroviários e enfraquecer o comando da greve. 

O funcionário recebeu pela manhã um telegrama que informava a demissão "por justa causa com fundamento no artigo 482, alínea b da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e artigo 262 do Código Penal". O artigo 482 da CLT lista as condições para demissão por justa causa, sendo o item b "incontinência de conduta ou mau procedimento". Já o artigo 262 do Código Penal define como crime "expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento". 

Funcionário demitido do Metrô - Wellington Ramalhoso/UOL - Wellington Ramalhoso/UOL
Bruno Everton Bezerra da Rocha, que foi demitido do Metrô-SP
Imagem: Wellington Ramalhoso/UOL

Rocha, que trabalha há dois anos no Metrô e é integrante da Cipa (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da linha 2-verde, considera sua demissão ilegal. 

"É ilegal porque eu sou da Cipa e tenho estabilidade. Desde quinta-feira tenho participado dos piquetes, tentando convencer outros funcionários a não trabalhar, mas foi reconhecido que a ação do piquete era legal."

O metroviário é diretor do sindicato da linha 2-verde e afirmou que além dele outros dois diretores foram demitidos. "Estão tentando cortar a diretoria para acabar com o comando da greve. O governo negociou com o cassetete na mão e tentou criminalizar o movimento”, declarou. 

Rocha disse que os funcionários demitidos irão recorrer na Justiça contra as demissões.

Celina Maranhão, operadora de trens da linha 2-verde, também recebeu o telegrama comunicando sua demissão nesta segunda-feira (9). Assim como Rocha, Celina é diretora do sindicato e integrante da Cipa na linha 2-verde.

“A demissão era a última carta na manga do governo para intimidar, mas a categoria vai continuar forte e unida. Estou tranquila e confiante de que a demissão vai ser revertida”, disse Celina, que trabalha há seis anos no metrô.