Bomba explode em casa de ambientalista em Minas Gerais
Uma bomba explodiu nesta quarta-feira (2) na casa do ambientalista Luiz Fernando Ferreira Leite, em Milho Verde, distrito do Serro (310 Km de Belo Horizonte). Ninguém ficou ferido.
O ambientalista é presidente do Instituto Milho Verde, ONG (organização não-governamental) que atua em projetos ambientais na região e em ações de economia solidária, mobilizando os moradores para a proteção do Monumento Natural Estadual Várzea do Lajeado e Serra do Raio, áreas preservadas que vem sendo utilizadas para extrativismo ilegal, de acordo com as denúncias da ONG.
Desde 2012, Leite diz que recebe ameaças de morte. Em março deste ano, o ambientalista sofreu uma tentativa de assassinato, recebeu dois tiros nas costas, um deles de raspão. A Polícia Civil de Minas Gerais ainda investiga o atentado. Desde então ele não havia mais retornado para sua casa, que agora foi alvo de um possível novo atentado.
À época, Leite, internado em um hospital de Belo Horizonte, denunciou as ameaças e tentativa de assassinato à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, afirmando que temia por sua vida. “Estou com medo de voltar para casa e ser morto”, afirmou o ambientalista na ocasião.
Equipes das polícias Militar e Civil de Minas Gerais estão realizando perícias no local. De acordo com o Batalhão da PM no Serro, não houve prisões até o momento e ainda não há suspeitos.
Embora a tentativa de assassinato e a explosão ainda não tenham sido esclarecidas pela polícia, membros do instituto levantam hipóteses sobre o que pode ter causado os atentados.
“O Instituto Milho Verde está envolvido com a criação da área de preservação local junto com o IEF (Instituto Estadual de Florestas). Como nessa região ainda existem características de coronelismo, nossas atividades incomodam algumas pessoas", afirmou nesta quarta-feira (2) o diretor da ONG Bruno Emiliano, a uma rádio local.
“O instituto faz denúncias de desmatamento ilegal às margens do rio Jequitinhonha, em área contígua ao quilombo do Baú. O quilombo e seu entorno tornaram-se, muito recentemente, foco do interesse de grandes mineradoras e, neste cenário, entrecruzam-se agendas bastante distintas de proprietários de fazendas, quilombolas, governos municipal e estadual, ambientalistas e mobilizações comunitárias de trabalhadores rurais”, disse Emiliano.
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