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Natal consegue mais de R$ 4 milhões para obras após cratera se abrir

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

02/07/2014 15h46

A Prefeitura de Natal conseguiu a aprovação de R$ 4,255 milhões para dar continuidade às ações emergenciais no bairro de Mãe Luiza, localizado na zona leste da capital, onde 37 casas desabaram e 109 estão interditadas. Os vários deslizamentos aconteceram durante as intensas chuvas ocorridas na segunda quinzena do mês de junho. Os recursos devem ser liberados em até 20 dias.

As ações abrangem serviços das estruturas provisórias de drenagem, de esgotamento sanitário, de contenção da encosta e de pavimentação da rua Guanabara. Os trabalhos começaram no último fim de semana na área mais afetada, que fica entre as ruas Guanabara e Atalaia.

O prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT), esteve em Brasília, nessa terça-feira (1º), em reuniões nos ministérios da Integração Nacional e das Cidades, para discutir as soluções definitivas para os problemas causados pelas chuvas na comunidade Mãe Luiza e obteve a verba para obras emergenciais.

Ficou definido que os projetos serão integrados e apresentados ao governo federal. A unificação vai facilitar a análise dos ministérios e a identificação dos programas federais que se enquadrarão para ajudar na recuperação da área. Os projetos devem ser enviados a Brasília em até três semanas e serão examinados em 10 dias após o recebimento do material.

Obras emergenciais

As obras de aterramento da área para fechar a cratera deverão gastar 70 mil metros cúbicos de terra, o equivalente a cerca de 5.000 caçambas de caminhão cheias de areia. A Semopi (Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura) informou que o trabalho deve levar cerca de 15 dias.

“Dentro desse serviço emergencial estamos fazendo as ligações de esgoto e drenagem, refazendo o aterro e protegendo as encostas com lonas e barragens com sacos de areia”, afirmou o secretário-adjunto, Caio Mucio.

A Semopi informou que está elaborando o projeto das ações em definitivo para recuperar as vias destruídas, a contenção da encosta, a galeria de drenagem e a escadaria. Haverá ainda a construção de rampas de acessibilidade.

Segundo a Prefeitura de Natal, 37 casas foram destruídas e 109 interditadas na rua Guanabara. A Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social cadastrou 307 famílias - 48 famílias desabrigadas (193 pessoas), 53 famílias desalojadas (214 pessoas) e 206 famílias atingidas (824 pessoas). Até o dia 30 de junho, a secretaria registrou 463 famílias atingidas pelas chuvas na capital, ou cerca de 1.852 pessoas. As famílias cadastradas vão receber o valor de um salário mínimo como auxílio-moradia.

Deslizamentos

O morro do bairro Mãe Luiza teve três grandes deslizamentos de terra durante as intensas chuvas que ocorreram em Natal na segunda quinzena de junho. Uma adutora da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte) se rompeu e derrubou a escadaria e o muro de arrimo do morro Mãe Luiza, entre os dias 12 e 15.

A área do deslizamento de terra foi isolada com lonas plásticas, colocadas pela Defesa Civil do município, mas, mesmo assim, com a intensa chuva registrada no último dia 23, ocorreu um novo desabamento.

Apesar de a Via Costeira ter sido interditada e de ter sido proibido o trânsito de veículos, cinco carros ficaram soterrados ao tentar passar pelo local. Um dos carros estava alugado a turistas chilenos. Ninguém se feriu.

No último dia 16, a Prefeitura de Natal decretou calamidade pública por 180 dias devido aos estragos causados pelas chuvas. Segundo a Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), choveu 53 mm no último fim de semana e durante o mês os pluviômetros já marcaram 800 mm de chuva, o dobro previsto para o período.