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Reconstrução de área afetada por cratera gigante no RN custará R$ 6 milhões

Cratera aberta na rua Guanabara, no bairro de Mãe Luzia, em Natal, desde o último dia 13 - Léo Carioca/Futura Press/Estadão Conteúdo
Cratera aberta na rua Guanabara, no bairro de Mãe Luzia, em Natal, desde o último dia 13 Imagem: Léo Carioca/Futura Press/Estadão Conteúdo

Aliny Gama

Do UOL, no Recife

30/06/2014 11h37

A reconstrução do morro do bairro Mãe Luiza, na zona leste de Natal, que sofreu três desabamentos desde o último dia 13, deverá custar R$ 6 milhões aos cofres públicos. Os trabalhos começaram no fim de semana na área mais afetada, que fica entre as ruas Guanabara e Atalaia.

A prefeitura aproveitou o dia de sol para iniciar as obras de aterramento da área e deverá gastar 70 mil metros cúbicos de terra, o equivalente a cerca de 5.000 caçambas de caminhão cheias de areia, para fechar a cratera.

Até agora, o buraco engoliu 36 imóveis e fez a Defesa Civil interditar 110 casas. A prefeitura informou que os imóveis que desabaram e os que estão interditados serão reconstruídos. Os moradores deverão receber o aluguel social, de valor entre R$ 300 e R$ 800, nos próximos dias.

“Passada essa etapa do aterramento no local, a prefeitura irá fazer o reforço estrutural das residências. Por último, serão reconstruídos o sistema de saneamento e de drenagem e será restabelecido o sistema de iluminação pública. Também será instalada uma cortina de concreto para proteger a encosta de novos deslizamentos e construiremos uma escadaria da rua Guanabara até a Via Costeira.”

Segundo a Semopi (Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas), no meio da cratera está sendo construído um muro formado por sacos cheios de areia para conter novos deslizamentos. Cada saco pesa, em média, 100 kg.

As obras emergenciais começaram com base em relatório feito por geólogos e especialistas da UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e do IFRN (Instituto Federal do Rio Grande do Norte), entregue na semana passada à prefeitura.

Nesta terça-feira (1º), o prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves PDT), vai à Brasília apresentar a planilha de custos e o plano de recuperação da área ao Ministério da Integração e pedir ajuda do governo federal.

A avenida Governador Silvio Pedroza, conhecida como Via Costeira, que é a avenida à beira do mar da praia de Areia Preta, continua interditada, sem prazo para liberação.

Devido à interdição da Via Costeira e à destruição de parte das ruas Guanabara e Atalaia, cinco linhas de ônibus tiveram as rotas alteradas. A Semob (Secretaria de Mobilidade Urbana) criou a linha circular 57A para atender emergencialmente os usuários de ônibus do bairro Mãe Luiza.

Apesar de a Via Costeira ter sido interditada e de ter sido proibido o trânsito de veículos, cinco carros ficaram soterrados ao tentar passar pelo local. Um táxi e outros dois veículos ficaram presos devido à quantidade de lama que desceu do morro na madrugada do último dia 23. No dia 19, outros dois carros, sendo um deles alugados a turistas chilenos, ficaram soterrados. Ninguém se feriu.

Deslizamentos

O morro do bairro Mãe Luiza teve três grandes deslizamentos de terra nos últimos 15 dias durante as intensas chuvas que ocorreram em Natal. Uma adutora da Caern (Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte) se rompeu e derrubou a escadaria e o muro de arrimo do morro Mãe Luiza.

A área do deslizamento de terra foi isolada com lonas plásticas, colocadas pela Defesa Civil do Município, mas, mesmo assim, com a intensa chuva registrada no último dia 23, ocorreu um novo desabamento.

No último dia 16, a Prefeitura de Natal decretou calamidade pública por 180 dias devido aos estragos causados pelas chuvas. Segundo a Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte), choveu 53 mm no último fim de semana e durante o mês os pluviômetros já marcaram 800 mm de chuva, o dobro previsto para o período.