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Firjan: congestionamentos no Rio e em São Paulo custaram R$ 98,4 bi em 2013

O motorista enfrentou trânsito carregado na chegada ao Rio pela ponte Rio-Niterói, na manhã desta segunda-feira (28), devido ao fechamento da avenida Rodrigues Alves, na região portuária - Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo
O motorista enfrentou trânsito carregado na chegada ao Rio pela ponte Rio-Niterói, na manhã desta segunda-feira (28), devido ao fechamento da avenida Rodrigues Alves, na região portuária Imagem: Ale Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, no Rio

28/07/2014 16h29

Um estudo do Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) mostra que os congestionamentos no Rio de Janeiro e em São Paulo representaram prejuízo de R$ 98,4 bilhões no ano passado --o valor é superior a uma projeção do PIB (Produto Interno Bruto) de 17 Estados, entre os quais Espírito Santo, Ceará, Pará e Mato Grosso, calculada pela própria federação.

O especialista em competitividade industrial e investimentos do Sistema Firjan, Riley Rodrigues, explicou que o prejuízo é calculado a partir de duas variáveis. São elas a queda na produção --o que vale para indústria, comércio e serviços-- e o gasto a mais com combustível.

"Se você trafega a 20 km/h em uma via cujo normal seria 40 km/h, por exemplo, o gasto com combustível é até 40% maior. Imagina esse gasto diário para empresas de ônibus, empresas de distribuição, entre outros agentes envolvidos no setor. Os congestionamentos trazem um grande prejuízo para a economia", disse.

O valor de R$ 98,4 bilhões seria equivalente a 2% do PIB brasileiro e a 2,3 vezes o investimento previsto pelo Ministério dos Transportes na concessão de 7.500 quilômetros de rodovias para os próximos 25 anos.

Rodrigues explicou ainda que os dados sobre o PIB nacional e dos Estados foram calculados pela equipe da Firjan com base em estudos do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística). "Fizemos a mesma coisa que o IBGE faz. Pegamos os índices do PIB nacional, de 2013, e dos Estados e municípios, de 2011, e aplicamos a metodologia utilizada pelo IBGE para projetar o PIB futuro", declarou.

A pesquisa “Os custos da (i)mobilidade nas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo”, divulgada nesta segunda-feira (28), revela ainda que os períodos de pico no Rio e em São Paulo já atingem 11 horas, sendo que, em território fluminense, ocorrem das 5h30 às 11h e das 14h30 às 19h30; e, em SP, das 5h30 às 8h30, das 10h30 às 14h30 e das 17h30 às 19h.

Na região metropolitana do Rio, a Firjan constatou que a média diária de congestionamentos é de 130 km, o que representou prejuízo econômico de R$ 29 bilhões em 2013. O valor seria equivalente a 8,2% do PIB metropolitano. A estimativa é de que, em 2022, a extensão dos congestionamentos poderá atingir 182 km e o custo, R$ 40 bilhões.

A previsão considera a hipótese de que não sejam realizados novos investimentos além dos já previstos relacionados à ampliação da infraestrutura de transportes (especialmente trem, metrô e barcas) e também as projeções de crescimento populacional e de frota de veículos nos próximos anos.

Já nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, os congestionamentos atingiram, em média, 300 km por dia em 2013, e o custo relacionado foi de R$ 69,4 bilhões. O valor seria equivalente a 7,8% do PIB metropolitano, informou a federação.

De acordo com as estimativas do órgão representante do setor industrial, caso não sejam feitas intervenções para ampliar significativamente o transporte de massa, os congestionamentos poderão atingir 357 km em 2022, ao custo de R$ 120 bilhões.