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Caixa cederá caminhão para mudança de invasores do Minha Casa no Rio

Homem volta para a favela onde morava, ao lado do condomínio Residencial Guadalupe, com os colchões na mão - Sandro Vox/ agência O Dia/ Estadão Conteúdo
Homem volta para a favela onde morava, ao lado do condomínio Residencial Guadalupe, com os colchões na mão Imagem: Sandro Vox/ agência O Dia/ Estadão Conteúdo

Do UOL, no Rio

14/11/2014 13h13

A Caixa Econômica Federal deve ceder um caminhão de mudanças para ajudar na remoção dos cerca de 200 invasores do conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. Na manhã desta sexta-feira (14), algumas pessoas já começaram a retirada, mas parte delas ainda está em negociação com a Polícia Militar.

A 1ª Vara Cível determinou a imediata reintegração de posse na tarde de quinta (13), mas o processo de retirada dos invasores deve ir até domingo (16). A invasão foi feita no último domingo (9), por bandidos armados com fuzis, que expulsaram o segurança do local e foram seguidos por moradores de favelas vizinhas.

Os 11 edifícios já estavam prontos e seriam entregues em dois meses para 240 famílias inscritas no programa e já sorteadas com renda de até três salários mínimos. Na decisão pela reintegração de posse, o juiz Paulo Jose Cabana de Queiroz Andrade considerou que as obras do Residencial Guadalupe já haviam terminado e só aguardava a obtenção do Habite-se. O magistrado ressaltou que a reintegração seja feita "com as cautelas de praxe, inclusive auxílio de força policial".

Na quarta (12), o prefeito Eduardo Paes (PMDB) já havia dito que a prefeitura não pretende ajudar a realocar os moradores que invadiram os prédios junto com traficantes.

"Aquilo dali é coisa de malandro, vagabundo, tem que retirar e acabou a história", afirmou o prefeito, ao se referir às cerca de 200 pessoas que tomaram o conjunto. "Não vamos cadastrar ninguém. O programa Minha Casa, Minha Vida é para pessoas humildes, que se cadastram, esperam pacientemente a sua vez para ter uma casa própria. O que não pode é malandro travestido de pobre, traficante travestido de pobre querer ocupar esse espaço", disse.

Policiais militares monitoram a situação na região do conjunto habitacional desde a manhã de segunda (10). Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil par apurar a liderança de criminosos armados durante a ocupação. De acordo com as investigações, os bandidos seriam integrantes da facção Comando Vermelho.

A PM informou, em nota, que só poderá atuar contra os homens armados que estariam no local quando não houver mais risco para as famílias no terreno.