Empresa operava de forma irregular navio-plataforma que explodiu, diz Crea
A BW Offshore, empresa norueguesa que operava o navio-plataforma da Petrobras FPSO Cidade de São Mateus, atuava de forma irregular na bacia do Espírito Santo, afirmou o Crea-ES (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo). Há dois dias, uma explosão na casa de máquinas da plataforma, localizada na região de Aracruz, no litoral norte do Estado, matou ao menos cinco pessoas e deixou outras quatro desaparecidas.
Segundo nota do Crea-ES divulgada nesta quinta-feira (12), a offshore não tem registro no conselho profissional, obrigatório para atuar no Estado. A BW também não consta na listagem de empresas contratadas pela Petrobras enviada ao Crea. Procurada pelo UOL, a empresa não se pronunciou até a publicação desta reportagem.
Três dos cinco mortos já foram identificados por familiares no Instituto Médico Legal (IML) de Vitória. Entre eles há quatro brasileiros e um indiano. Outros quatro brasileiros continuam desaparecidos. A BW informou ainda que sete pessoas feridas seguem sob cuidados médicos em hospitais da Grande Vitória.
Uma equipe de especialistas retornou nesta manhã à unidade para verificar se há condições de segurança para dar seguimento às operações de busca.
Ontem, fotos registradas pela Marinha do Brasil e distribuídas pela imprensa mostraram uma inclinação na embarcação, com a popa (parte traseira) mais afundada. A sala de máquinas, que alagou após a explosão na casa de bombas situada ao lado, fica próximo à popa. A Marinha não quis comentar as imagens, mas o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) confirmou a existência da inclinação, embora não haja riscos de afundamento total do navio-plataforma.
A Marinha informou, em nota, que o navio-plataforma foi vistoriado em abril de 2014 pelos inspetores navais da Capitania dos Portos do Espírito Santo. Foram encontradas e sanadas 12 deficiências e a plataforma recebeu, em maio, a "Declaração de Conformidade para Operação da Plataforma", documento que autoriza a sua operação em águas jurisdicionais brasileiras, válido até abril de 2015.
A Marinha lembrou ainda que os problemas apontados não tinham relação com os equipamentos e sistemas de segurança da casa de bombas da unidade, onde teve origem o acidente.
Alto risco
Segundo o inspetor de equipamento Gerson Pistori, especialista em segurança de plataformas, que presta serviços para Petrobras há 13 anos, o navio-plataforma FPSO Cidade de São Mateus era classificado como um local de alto risco por operar com gás. Ele acredita que o mais provável é que o acidente tenha ocorrido em uma área restrita da plataforma.
"As plataformas são todas setorizadas, poucas pessoas têm acesso a área da casa de bombas. O grosso do pessoal deveria estar em uma área longe do acidente, já que estão conseguindo fazer resgate aéreo e por baleeiro (navio específico para resgates em alto mar)", afirma.
O navio-plataforma produziu em média 2,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia e 2.000 barris de petróleo por dia em dezembro. (Com Estadão Conteúdo)
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