Ciclistas e pedestres ainda se atrapalham com ciclovia na av. Paulista (SP)
O pedestre espera no meio da ciclovia o semáforo abrir (e só percebe que está errado quando uma bicicleta quebra em cima). O ciclista ziguezagueia no meio dos carros (e leva buzinaço por manobras arriscadas e por ignorar a ciclovia ao lado).
O primeiro dia útil da nova ciclovia na avenida Paulista, em São Paulo, mostrou que a obra precisa de um período de adaptação.
"Estava distraído olhando o sinal dos pedestres e não vi que estava parado na ciclovia", confessou o aposentado Alberto Cecin, 86. "Caramba, deixa eu sair daqui. Esqueci que é ciclovia", se surpreendeu o escriturário Jonas Farias, 25. Os dois estavam fora das ilhas de pedestres que estão nos cruzamentos.
De manhã, um mendigo dormia atravessado nas duas mãos da ciclovia. Um pelotão de PMs pedalando o tirou do caminho. Skatistas, deficientes em cadeira de rodas ou quadriciclo utilizavam a via também.
Também muitos entregadores aproveitavam a nova obra. "Antes era muito arriscado trabalhar. Agora está suave. A gente demora mais para fazer a entrega, mas tem mais segurança", opina Gleison Lima, 30, que distribui galões de água mineral na região.
Com os semáforos e os desníveis entre os trechos no asfalto e no calçamento, a ciclovia não permite um deslocamento atlético, mas a velocidade das bikes estava quase equivalente a dos carros na primeira manhã de dia útil na avenida mais famosa de São Paulo. Isso por conta do grande volume de veículos.
Ao contrário do domingo de inauguração, quando a avenida foi fechada para carros, havia nessa segunda-feira um número pequeno de ciclistas na via.
Muitos levavam câmeras nos capacetes e nos guidões para depois postar as imagens na internet. Outros passeavam. Ou utilizavam a ciclovia como meio de transporte. Para estes últimos, o problema é que a ciclovia começa e termina na avenida Paulista, e só tem integração até agora com outra ciclovia recém-inaugurada, que passa pelos bairros de Pacaembu e Higienópolis.
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