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Rebelião em penitenciária de Caicó (RN) termina com 4 pavilhões destruídos

Cela destruída após rebelião em penitenciária de Caicó (RN) - Polícia Militar/Divulgação
Cela destruída após rebelião em penitenciária de Caicó (RN) Imagem: Polícia Militar/Divulgação

Aliny Gama

Do UOL, em Maceió

25/08/2015 12h12

Após uma madrugada tensa, detentos da Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o Pereirão, localizada em Caicó, na região Seridó do Rio Grande do Norte, encerraram a rebelião no início da manhã desta terça-feira (25).

Quatro dos cinco pavilhões da unidade prisional ficaram parcialmente destruídos. Os presos quebraram paredes, arrancaram as grades das celas e colocaram fogo em lençóis e colchões. Apenas o pavilhão D, que custodia mulheres, não foi danificado.

Nesta tarde, 71 presos, que estavam no pavilhão E, foram transferidos para o presídio Rogério Coutinho Madruga, em Nísia Floresta. Segundo a Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social, a segurança das unidades prisionais do Estado foi reforçada com homens da PM e da Força Nacional.

Duas rebeliões 

Na segunda-feira (24), a penitenciária registrou duas rebeliões ocasionadas por brigas entre facções criminosas rivais.

O primeiro motim ocorreu no período da tarde, quando o grupo denominado Sindicato da Morte do RN entrou em confronto com os integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Um preso foi assassinado e outros dois ficaram feridos.

À noite, cerca de 200 presos conseguiram sair dos pavilhões A, B e C, onde estão os integrantes do PCC, para tentar invadir o pavilhão E, onde estão os do Sindicato da Morte do RN. Nesse segundo confronto, não houve mortes.

“Não sabemos precisar quantos ficaram feridos, mas todos eles estão sendo medicados. O departamento de enfermagem do presídio e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão atendendo os feridos, nenhum em estado grave”, disse o diretor da penitenciária, Alex Alexandre Dantas.

Por volta das 7h, o GOE (Grupo de Operações Especiais) e a PM (Polícia Militar) entraram nos pavilhões e começaram a contagem dos presos. “Foram separados os internos machucados para receber atendimento médico e os demais colocados no pátio. A situação está totalmente controlada”, disse Dantas.

A direção do presídio já repassou um relatório para a Coape (Coordenação de Administração Penitenciária) informando os danos causados pelos presos, para que o prédio passe por reparos. Atualmente, o Pereirão possui 526 internos e está superlotado. A capacidade do presídio é de 365 presos.

Penitenciária de Caicó - Divulgação/PM-RN - Divulgação/PM-RN
Os presos quebraram paredes, arrancaram as grades das celas e colocaram fogo em lençóis e colchões
Imagem: Divulgação/PM-RN

Mortes

Em nove dias, seis presos foram assassinados durante brigas de facções rivais em unidades prisionais do Rio Grande do Norte.

Na rebelião de ontem, na Penitenciária Estadual Desembargador Francisco Pereira da Nóbrega, o preso Fábio Júnior da Silva Patrício, 21, foi assassinado a golpes de espetos por outros detentos no pavilhão E.

No dia 15 de agosto, quatro presos foram mortos da mesma maneira na Cadeia Pública de Caraúbas, na região oeste do Estado. Os presos foram identificados como Antônio Edigleidson de Souza, 27, Genilson Bezerra de Oliveira, 36, Gledstone Clementino Araújo, 36, e João Paulo Silva Dias, 38.

Outro assassinato aconteceu no último dia 18, quando o preso Emerson Santos Luz, 28, foi morto durante motim no presídio Rogério Coutinho Madruga, localizado no Complexo de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal.