Funcionários do RS não recebem 13º, mas banco estadual cobra adiantamento
O Rio Grande do Sul atrasou o pagamento do 13º salário do Executivo estadual, mas cobrou o empréstimo que concedeu aos seus servidores que pediram o benefício adiantado. O descompasso ocorreu nesta terça-feira (20), quando 45 mil funcionários públicos foram pegos de surpresa, no momento em que o Banrisul (banco do Estado) cobrou o empréstimo e o crédito para compensação, que deveria entrar nas contas até esta terça, não ocorreu.
É o caso do professor da rede estadual Estadual Rafael Torres. "Estou totalmente no negativo. Além de ter que me endividar e postergar as contas por causa do parcelamento dos salários, temos esse impacto que recebemos hoje", lamenta.
Esta terça foi mais um dia conturbado para os servidores, que aguardam a votação do pacote de corte de gastos na Assembleia Legislativa. Em frente à Casa, entre gritos de ordem e lançamentos de bombas de gás por parte da Brigada Militar, centenas de funcionários do Executivo lamentavam o agravamento da situação.
Sem dinheiro para pagar contas
O professor, que é de Santa Maria, na região central do Estado, está em Porto Alegre para acompanhar o trâmite do pacote do governo de José Ivo Sartori (PMDB) que está sendo apreciado pelos deputados.
"Agora sem dinheiro, ainda tem que pagar taxa e multa. Tu já tá no negativo, agora com mais juros fica mais complicado ainda. E cerca de 90 porcento dos meus colegas também optaram por esse adiantamento", afirma, lembrando que a medida foi sugestão do próprio governo.
O governo se limitou a dizer que deseja pagar metade do 13º ainda este ano e instrui os servidores prejudicados hoje a renegociarem suas dívidas com o Banrisul.
Torres é pai de dois filhos - de 2 e 9 anos - e acredita que, se sua mulher não fosse professora da rede privada, a situação da família estaria caótica.
Vou a reboque dela. Tem famílias em que os dois pais são servidores. Isso foi a gota d'água"
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