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Público vaia Alckmin, Kassab e Imbassahy após mensagem do papa em Aparecida (SP)

Vídeo do papa Francisco é projetado durante missa na basílica de Aparecida (SP) - Janaina Garcia/UOL
Vídeo do papa Francisco é projetado durante missa na basílica de Aparecida (SP) Imagem: Janaina Garcia/UOL

Janaina Garcia

Do UOL, em Aparecida (SP)

12/10/2017 10h14Atualizada em 13/10/2017 21h43

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), e o ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Antonio Imbassahy (PSDB), foram vaiados por parte do público presente nesta quinta-feira (12) à principal missa no Santuário Nacional em Aparecida (180 km de São Paulo) pelo dia da padroeira do país.

Kassab e Imbassahy compareceram ao evento representando o presidente Michel Temer (PMDB), que gravou uma mensagem pelo dia da padroeira. O governador, um dos pré-candidatos à sucessão presidencial, participa todos os anos da solenidade em Aparecida.

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As vaias ocorreram logo após o anúncio dos nomes das autoridades --entre as quais, prefeitos da região e deputados estaduais e federais-- e na sequência de uma mensagem em vídeo enviada pelo papa Francisco e exibida em telões. No evento, ele foi representado pelo cardeal Dom Giovanni Batistta Re.

Na mensagem, o papa pediu aos cristãos brasileiros que não desanimassem diante das dificuldades e de problemas como a corrupção.

"Quando ao nosso redor as situações de desespero parecem querem nos desanimar, não se deixem vencer pelo desânimo. Somos convidados a ser alegres e agradecidos", pediu o pontífice, para quem "as periferias geográficas e existenciais" seriam as mais necessitadas "por uma gota de esperança".

"Um cristão jamais pode ser um pessimista. Agradeço ao povo pelas orações. Rezem pelo papa. Com certeza o papa sempre reza por vocês. O Brasil hoje necessita de homens e mulheres cheios de esperança que deem testemunho contra o egoísmo e a corrupção", definiu Francisco. "Com saudades do Brasil. Com saudades do Brasil", encerrou, bastante aplaudido na basílica.

12.out.2017 - O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) - Werther Santana/Estadão Conteúdo - Werther Santana/Estadão Conteúdo
O governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) durante a festa de Nossa Senhora de Aparecida
Imagem: Werther Santana/Estadão Conteúdo
A missa solene celebrada pelo cardeal Battista Re é o ponto alto, hoje, das celebrações pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida no Santuário Nacional. Ao todo, a coordenação do evento estima que, só hoje, feriado nacional da padroeira do Brasil, mais de 200 mil romeiros passem pela cidade –número que deve ultrapassar os 400 mil visitantes se considerados os três últimos dias. 

Ontem à noite, o cardeal participou da celebração de coroação da imagem, com a utilização de uma coroa preparada durante nove meses com a terra das capitais dos Estados do Brasil.

As festividades no santuário nesta quinta contam com missas solenes ao longo do dia –a última será às 19h– e se encerram com um festival com 12 músicos às 20h30. Às 23h, haverá um show pirotécnico com o tema do jubileu.

Maior templo mariano do mundo

O Santuário é hoje o maior centro mariano do mundo em tamanho e o segundo em frequência –só perde para o de Nossa Senhora de Guadalupe, no México. Todos os anos, cerca de 12 milhões de romeiros visitam o município de Aparecida, entre brasileiros, em sua maioria, e estrangeiros.

A imagem cujos 300 anos de descoberta são celebrados em 2017 foi descoberta por três pescadores --Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves– ao lançarem as redes no rio Paraíba. Após horas de insucesso, pescaram uma imagem de barro decapitada, e, em seguida, encontraram a cabeça de Nossa Senhora da Conceição. Minutos depois, já havia tanto peixe que mal conseguiam carregar.

Décadas depois, a escultura negra de 37 centímetros se tornaria um dos símbolos do país e, já como Nossa Senhora Aparecida, ganharia do papa Pio 12 em 1930 o título de Padroeira do Brasil.

O Santuário-Basílica, que é também a catedral da Arquidiocese, está em construção desde 1946. A terraplanagem teve início em 1952, de modo que o primeiro atendimento a romeiros aconteceu em 1959. Só a partir de 1982 o local passou a receber atividades religiosas –naquele ano, a imagem foi levada da Basílica Velha para a Nova. Em 1984, quatro anos após ser consagrado por João Paulo 2º, o local virou Santuário Nacional.