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PM é detido sob a suspeita de chefiar quadrilha de roubo a bancos em SP

Cabo da PM Paulo Cesar Fassiroli, detido sob a suspeita de chefiar quadrilha de roubo a bancos no interior de São Paulo - Reprodução/Polícia Civil
Cabo da PM Paulo Cesar Fassiroli, detido sob a suspeita de chefiar quadrilha de roubo a bancos no interior de São Paulo Imagem: Reprodução/Polícia Civil

Luís Adorno

Do UOL, em São Paulo

01/11/2017 12h35Atualizada em 01/11/2017 18h30

Um policial militar foi detido na madrugada desta quarta-feira (1º) por uma força-tarefa da Polícia Civil e da Corregedoria da PM, sob a suspeita de chefiar uma quadrilha de roubo a bancos que agia no interior do Estado.

De acordo com a Polícia Civil, a investigação que culminou na prisão do cabo Paulo Cesar Fassiroli durou meses e foi "amparada por inúmeras interceptações". Ele trabalhava na 4ª companhia do 22º batalhão da PM em Americanópolis, região da zona sul de São Paulo,

Procurada, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que o policial foi preso com apoio da Corregedoria e encaminhado ao presídio Romão Gomes

O batalhão onde o cabo estava lotado confirmou a informação ao UOL, mas não soube informar por qual advogado o policial será defendido. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Fassiroli até o momento.

Segundo a Polícia Civil, parte da quadrilha a qual o PM pertencia já havia sido presa, em flagrante, durante uma tentativa de roubo a uma agência do Banco do Brasil de Ipeúna, a 193 quilômetros da capital paulista.

Ainda de acordo com a investigação da polícia, "o PM coordenava os roubos de dentro do batalhão onde trabalhava". Além do PM, outros dois envolvidos na quadrilha teriam sido baleados e presos.

Entre os crimes que teriam sido chefiados pelo cabo Fassiroli, segundo as investigações, estaria uma outra tentativa de roubo frustrada a uma agência do Banco do Brasil, dessa vez em Cordeirópolis, a 160 quilômetros da capital paulista, em 31 de maio deste ano.

Na ocasião, de acordo com a polícia, os criminosos renderam o vigilante do banco no mesmo momento em que o gerente chegava para abrir a unidade. Ao ver a movimentação, o gerente pediu socorro. Os criminosos perceberam e fugiram sem levar nada.

A partir do roubo de Cordeirópolis, a Polícia Civil teria conseguido elementos de investigação para conseguir chegar até a suposta quadrilha chefiada pelo policial militar. 

Segundo policiais militares da 4ª companhia do 22º batalhão, Fassiroli prestava depoimento na Corregedoria da PM pela manhã desta quarta-feira antes de ser levado ao presídio militar Romão Gomes, na Vila Albertina, zona norte da capital paulista.

 

Suspeita de facilitar ações planejadas pelo PCC

Segundo documentos que são parte da investigação, por meio de monitoramento de rede da PM, "o policial participou de crimes de furto e roubos a bancos em São José do Rio Preto, Rio Claro, Holambra, Cordeirópolis, Ipeúna, Ubirajara e Altilândia, além de estabelecimentos comerciais e residências em diversas cidades do Estado".
 
Segundo a Polícia Civil, ele tinha acesso a comunicações de rádio da polícia e por causa disso conseguiria passar informações privilegiadas para seus comparsas. Na prática, conseguia avisar os criminosos quando a polícia estava se aproximando.
 
Em um caso em que seus comparsas foram presos, ele teria chegado até a usar informações privilegiadas para enviar advogados para ajudá-los.
 
Dois celulares foram apreendidos, além do computador que ele usava para acessar, em sua própria casa, o sistema da PM. A polícia suspeita que Fassiroli tenha ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) para a facilitação de crimes planejados pelo crime organizado.