Sete presos são assassinados em motim no Pará, diz governo

Sete detentos foram encontrados mortos após um motim ocorrido na madrugada desta terça-feira (18) em uma penitenciária de Altamira, no interior do Pará. Seis foram assassinados pelos próprios detentos. Um outro foi encontrado carbonizado.

A Susipe (Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado) investiga as causas do motim, ocorrido no CRRALT (Centro de Recuperação Regional de Altamira). Um inquérito policial foi aberto para apurar as causas do acontecimento. 

Estudo do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) aponta que o Pará convive atualmente em um conflito entre cinco facções criminosas: PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho), CCA (Comando Classe A), B30 (Bonde dos 30) e União do Norte.

A Polícia Civil do Pará aponta que, além das facções, o estado convive com quatro tipos de milícias, compostas por policiais da ativa e da reserva, além de simpatizantes: a do tráfico de drogas, a da segurança armada, a do contrabando e a do transporte coletivo.

Segundo a Susipe, cerca de 120 detentos custodiados no CRRALT se amotinaram após uma tentativa de fuga frustrada. "Por volta da 1h30 da madrugada, um grupo de 16 presos da cela 3, do bloco A, tentou fugir pela janela de ventilação do local", informou a secretaria por meio de nota.

"Os agentes prisionais de plantão flagraram a movimentação pelas câmeras de segurança e acionaram a PM que interceptou a fuga. Os detentos correram então em direção ao bloco do semiaberto e atearam fogo na sala do gerador de energia e no galpão de alojamento. No motim, parte das celas e grades da unidade prisional, além da enfermaria e da secretaria foram depredadas", complementou a pasta.

Ainda de acordo com a Susipe, o incêndio foi controlado pelo Corpo de Bombeiros por volta das 4h. O motim terminou às 9h40, quando os presos se entregaram, após negociação. "Os detentos reivindicaram celeridade na análise dos processos penais pela Justiça", informou a secretaria.

Uma recontagem e revista foi realizada na unidade prisional com o apoio de policiais militares que se deslocaram da capital, Belém, até Altamira. "A Susipe, até o momento, não confirma nenhuma fuga de presos."

Além dos sete mortos, outros três detentos tiveram ferimentos e foram levados para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do município. Nenhum agente do estado ficou ferido. Atualmente, o presídio, que tem capacidade para 208 presos, abriga 374 pessoas em conflito com a lei.