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Velório de dono de bar tem homenagem com música brega e bebida em Maceió

Carlos Madeiro

Colaboração para o UOL, em Maceió

23/10/2020 13h42

O velório do empresário João Cristóvão, de 57 anos, foi diferente. Proprietário do Bar do João Ladrão, ele morreu na quarta-feira, vítima de um infarto fulminante, e teve direito a uma despedida especial de amigos e familiares no local onde passava todos os dias de sua vida há mais de 30 anos na comunidade de Piabas, no bairro do Jacintinho, em Maceió.

Ontem, dia do velório e do enterro, todos se reuniram no bar ao som de música brega e beberam como homenagem e despedida.

maceió - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
João Cristóvão, de 57 anos, foi velado em seu bar
Imagem: Arquivo Pessoal

"Toda vez que eu ia lá, ele dizia: 'quando eu morrer não quero tristeza, quero que bebam, coloquem minha música; e, quando tiver me enterrando, toque ela também.' Ele falava isso aos amigos, mas deu essa missão a mim. Até a minha mãe fez o pedido, e a missão que me foi dada, cumpri" conta o genro Fernando Santos.

A escolha da música foi do homenageado: "Vida errada", do Galã do Brega. "A gente sempre tomava cervejinha, e ele gostava muito brega, e ele sempre cantou muito a música do Galã", lembra Santos.

João era um cara alegre, que valorizava a companhia das pessoas que gostava. "Para os amigos, ele dava bebida e fazia panelada de tira-gosto porque ele não gostava de ficar só, valorizava ter pessoas perto. O propósito dele era alegrar. Era muito querido pela população periférica", conta.

Antes de montar o bar, o seu genro conta João trabalhou em barracas de praia em Maceió. "Ele era garçom, gostava muito de brega, de forró, de reggae. Todos aqui o conheciam", afirma.

Segundo o genro, outro pedido feito em vida será cumprido, e o Bar do João Ladrão seguirá aberto. "Ele queria isso, e a esposa dele vai seguir com apoio dos filhos. O bar vai seguir do jeito que ele deixou", finaliza.