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Morador do MS pesca pintado de 1,75 metro e mais de 60 quilos; assista

Aline Oliveira

Colaboração para o UOL, em Campo Grande (MS)

19/03/2021 11h01

Apaixonado por pescaria, o sul-mato-grossense Rony Dronov, de 35 anos, foi surpreendido no dia 13 de março, ao participar de uma pescaria no rio Dourado, na cidade de Deodápolis (MS). Ele pescou um pintado de 1,75 metro e mais de 60 quilos que levou mais de duas horas para ser imobilizado e embarcado. O animal foi devolvido ao rio depois que foi capturado pelo pescador.

Rony conta que há quatro anos é adepto da modalidade "pesque e solte", por entender a importância das espécies nativas nos rios de Mato Grosso do Sul. "Quando percebi que o peixe mordeu a isca, comecei uma luta para puxá-lo dentro da embarcação. Foram mais de duas horas e só consegui com ajuda de outros colegas pescadores", relembra ao UOL.

O agricultor detalha o embate com pescado, da espécie Pintado (Pseudoplatystoma corruscans), e reforça a força e esperteza do animal. "Já estava desanimado por ter perdido quatro exemplares e, por volta das 16 horas, o pintado pegou a isca. Além da força para se desvencilhar, o peixe ia em direção a um local com galhadas de árvores para tentar arrebentar a linha. Eu pedi para minha esposa segurar a vara de pesca com uma carretilha de 120 metros e mergulhei para tentar dominá-lo, mas, não consegui."

Quando percebeu que o pintado já tinha puxado toda linha da carretilha, Rony chegou a pensar que perderia a luta, mas teve ajuda de companheiros do esporte e da esposa que ficou no comando da carretilha.

"Fui no barco dos meus colegas seguindo a linha, pois o peixe se afastava cada vez mais. Quando finalmente o encontrei, a surpresa e emoção foram indescritíveis, pois ele era imenso. Nunca tinha pescado um espécime tão majestoso", ressalta.

Espécies nativas

Rony - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Rony Dronov destaca que o processo de pesca foi cansativo
Imagem: Arquivo pessoal

O Pintado é uma espécie nativa dos rios de Mato Grosso do Sul e do bioma pantaneiro, mas também é encontrado na bacia do Rio São Francisco. Categorizado como peixe de couro, ele tem cabeça grande, equivalendo a quase 1/3 do tamanho do corpo, pode alcançar 2 metros de comprimento e até 80 quilos.

Rony destaca que a luta com o pintado foi demorada e cansativa, mas, tomou todos os cuidados para o bem-estar do animal. "Depois que consegui embarcá-lo, fui até uma área de remanso para ele se recuperar. Tiramos fotos e gravamos vídeos e, em seguida, a maior alegria foi devolvê-lo ao seu habitat natural."

O homem faz uma reflexão sobre a mudança de comportamento dos pescadores que frequentam os rios do estado. "É gratificante ver que os adeptos da pescaria estão se conscientizando sobre a importância da preservação das espécies nativas. O resultado pode ser observado no número de peixes que voltou a crescer", finaliza.

Legislação estadual

Rony - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Rony Dronov devolveu o peixe ao seu habitat natural depois da pesca no rio Dourado, no MS
Imagem: Arquivo Pessoal

De acordo com o tenente-coronel da PMA-MS (Polícia Militar Ambiental do MS), Ednílson Queiroz, a modalidade "pesque e solte" é autorizada no estado, no entanto, existem uma série de regras que devem ser cumpridas. "A legislação pesqueira do Estado é uma das mais restritivas do país, visando a preservação da população de peixes das duas bacias presentes em Mato Grosso do Sul, Paraguai e Paraná", explica ao UOL.

No caso do pintado, o tamanho máximo permitido para captura e consumo é 1,25 metros. Acima dessa medida só é autorizada o sistema pesque e solte. O representante da PMA reforça que as principais determinações foram compiladas em uma cartilha e divulgada no portal da instituição.

"Temos mais de 30 espécies com limite de tamanho de captura e algumas são proibidas por gênero. Além disso, são estipuladas mais de dez espécies de iscas que também possuem restrição para tamanho mínimo de captura", pontua.

As informações podem ser conferidas na "Cartilha do Pescador", a fim de esclarecer diversos pontos aos pescadores que visitam o estado, provenientes de diversas regiões do país e do mundo. O material auxilia os esportistas a evitarem ações que podem ser configuradas em crimes ambientais e infrações administrativas.