Conteúdo publicado há 9 meses

Marinha diz que vai investigar caso de homem que morreu após pular no mar

A Marinha do Brasil afirmou que vai instaurar inquérito para apurar as causas e possíveis responsáveis pela morte de um homem de 43 anos que teria pulado de uma barca em movimento supostamente depois de aceitar uma aposta de R$ 50 feita por outro passageiro, no litoral de São Paulo.

O que aconteceu:

A Marinha disse que a Capitania dos Portos de São Paulo aguarda a conclusão da investigação por parte das autoridades competentes para a instauração do inquérito administrativo. A família do homem questiona a demora no salvamento e as diferentes versões recebidas.

A vítima, identificada como Sergio Luís Pereira, estava na barca que faz a travessia entre Vicente de Carvalho, em Guarujá, e Santos, na tarde da última sexta-feira (18). Sergio usava prótese ocular em um dos olhos e sabia nadar "muito bem", segundo a família.

O órgão esclareceu ainda que só tomou conhecimento do fato na segunda-feira (21). "A MB (Marinha do Brasil) lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza aos familiares e amigos da vítima" disse, em nota.

A Marinha destacou ainda que considera importante a participação da sociedade pra denúncias, que podem ser feitas pelo telefone 185.

Entenda o caso:

Uma testemunha relatou à polícia que apostou R$ 50 com um vendedor de balas da barca caso ele pulasse na água. O ambulante recusou, mas a testemunha aponta que Sergio, que estava no banco de trás, teria aceitado o desafio.

O boletim de ocorrência, obtido pelo UOL, aponta que Sergio se jogou na água, se debateu por alguns segundos e depois submergiu. Um barqueiro teria ajudado a resgatar o homem. O rapaz que ofereceu o dinheiro a ele disse que não o conhecia.

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Sergio foi levado pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Central, em Santos, mas não resistiu e morreu. O caso foi registrado como morte suspeita pelo 5ª DP de Santos, segundo a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo).

O homem deixa duas filhas e dois netos.

Família diz querer saber a verdade

Anna Ísis, irmã de Sergio, disse ao UOL que supostas testemunhas estão entrando em contato com a família e contando diferentes versões. Algumas pessoas estão falando que a aposta teria sido feita diretamente para Sergio e não para um ambulante.

Ainda de acordo com a irmã da vítima, outras pessoas dizem que o homem que fez a aposta alegou ser amigo da vítima. Há relatos também de que o apostador e a vítima teriam pulado juntos na água.

A irmã argumenta que não há provas que Sergio aceitou a aposta e essa é uma versão no boletim de ocorrência. Ela também cita que o irmão foi resgatado apenas após ficar desfalecido na água.

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Procurada, a Semil (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística) do governo de São Paulo, responsável pela travessia de barcas, disse lamentar o ocorrido. "A Semil esclarece que está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações do caso e reforça, ainda, que a segurança dos usuários depende do respeito às orientações da tripulação e das equipes em terra."

A gente está sem chão, não sabe nem como explicar o sentimento que a gente está sentindo. A gente só quer respostas. A gente só quer entender o que tá acontecendo. Mesmo que realmente foi uma aposta, meu irmão aceitou a aposta, a administradora da barca tem que dizer alguma coisa. Por que não pularam na água, não jogaram bote, não salvaram meu irmão?
Anna Ísis, irmã de Sergio

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