Justiça mantém prisão de suspeita de envenenar e matar mãe e filho em GO
A Justiça de Goiás determinou que a advogada Amanda Partata, suspeita de ter matado o ex-sogro e a mãe dele por envenenamento, deve permanecer presa.
O que aconteceu
Magistrado entendeu que há indícios e materialidade do crime. A decisão, do juiz André Reis Lacerda, do Tribunal de Justiça de Goiás, foi proferida na manhã desta quinta-feira (21). A suspeita foi presa na noite de ontem.
O juiz determinou que Amanda seja colocada em uma cela separada. A mulher disse que foi agredida durante a sua prisão. O magistrado escreveu ainda que a Corregedoria da Polícia Civil seja oficiada para averiguar as denúncias de agressão.
Ele também recomendou que seja feita uma avaliação médica e psicológica na investigada. A advogada alegou que faz uso de medicamento controlado.
A defesa de Amanda defendeu que ela fosse solta. Os advogados argumentaram que houve violação do domicílio da investigada, já que o mandado foi cumprido no período noturno.
Amanda foi presa na noite de ontem, em uma clínica psiquiátrica em Aparecida de Goiânia (GO). Segundo a Polícia Civil, ela estava na clínica porque teria tentado tirar a própria vida.
Advogada não aceitava fim do relacionamento
A advogada nunca aceitou o fim do relacionamento. Em agosto, ela já ameaçava o ex e seus familiares. As informações foram comunicadas pela Polícia Civil de Goiás hoje.
Ficou comprovado que Leonardo Pereira Alves, 58, e Luiza Tereza Alves, 86, morreram por envenenamento e não por intoxicação alimentar. Segundo a Polícia Civil de Goiás, a advogada se tornou a principal suspeita porque havia sido "a única pessoa estranha" a frequentar a casa das vítimas no dia do crime, ocorrido no domingo (17).
Amanda Partata deve ser indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, com a qualificadora de envenenamento. A polícia ainda averigua se ela será denunciada por tentativa de homicídio no caso do pai da vítima, que estava no local, mas não ingeriu os alimentos que a suspeita levou.
O UOL não conseguiu contato com a defesa dela. O espaço segue aberto para manifestação.
Como aconteceu o crime, segundo a polícia
A advogada levou pão de queijo, biscoito, bolo e suco até a casa das vítimas. Segundo a polícia, a principal suspeita é de que o veneno estivesse no suco, por ser mais fácil a dissolução. Ela ficou no local por cerca de três horas, entre 9h e 12h.
Pouco tempo depois de Amanda deixar a casa, Leonardo mandou mensagem para a ex-nora. Ele já estava passando mal, mas queria alertá-la para procurar um médico, já que estava grávida e havia suspeita de que eles tivessem comido algum alimento estragado.
Suspeita mantinha boa relação com a família do ex-namorado, mas eles não sabiam que ela não estava mais grávida. Segundo o delegado, já está "verificado que ela não está grávida há algum tempo", embora diga que "ainda" está à espera do filho e "finja vômito por enjoo". A polícia investiga se em algum momento Amanda de fato esteve gestante do ex-namorado, porque há "indícios" de que os exames apresentados "foram falsificados".
Para a polícia, a motivação do crime seria "o sentimento de rejeição que ela teve no relacionamento". No total, a suspeita e o filho da vítima namoraram por 45 dias, quando a relação chegou ao fim em 3 de agosto. Após o término, o filho de Leonardo chegou a pedir que ela mantivesse menos contato com seus familiares, porque se sentia "incomodado".
Amanda Partata possui registros criminais no Rio de Janeiro, São Paulo e em Pernambuco. A polícia goiana solicitou aos demais estados o acesso aos crimes da advogada.
Ameaças por meio de perfis falsos
A advogada criou "diversos perfis falsos" nas redes sociais para fazer ameaças ao ex-namorado. Segundo as investigações, o filho de Leonardo "era perseguido e recebia diariamente de 10 a 15 ligações de um número que fazia ameaças por mensagens de texto e que, quando ligava não falava nada". A Meta confirmou à polícia que os perfis de ameaça foram criados por Amanda.
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Quero receberPara não levantar suspeitas, Amanda ameaçava a si mesma. Nas mensagens, a advogada dizia que iria matar o ex-namorado "e a sua namoradinha", em referência a ela própria.
Amanda fazia ligações sempre do número dela, mas usava uma tecnologia que permite "mascarar" o número original. A suspeita cadastrou a tecnologia no nome do irmão, mas "por desatenção colocou o e-mail dela para recuperação" da conta e também seu próprio número para receber o código de confirmação, explicou o delegado Carlos Alfama.
Durante o interrogatório, a advogada negou que tenha cometido o crime e afirmou "amar a família". Ela também negou a criação de perfis falsos, mas não liberou acesso ao seu aparelho celular que está bloqueado. "Ela nega um fato que é conhecido e provado no inquérito", disse o delegado sobre as ameaças feitas ao ex-namorado.
Doceria não teve relação com mortes
A doceria Perdomo Doces não teve qualquer envolvimento com as mortes. O estabelcimento passou por fiscalização da Anvisa, do Procon-GO e da Polícia Civil e foi comprovado se tratar de uma empresa regularizada e séria, que colaborou a todo momento com as investigações.
A empresária Mariana Perdomo se disse "aliviada" e agradeceu a quem confiou que sua empresa não tinha envolvimento no caso. "Agradeço profundamente pela confiança depositada e pelo compromisso inabalável com a verdade. A cada abraço, sorriso e olhar sincero, as respostas às orações se materializam. A responsabilidade é honrar cada gesto de apoio com excelência e transparência".
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