Ter um cãozinho de estimação pode se tornar crime no Irã
Após implicar com cortes de cabelos “modernos” e com as roupas "ousadas" que as mulheres usam, o governo do Irã deve proibir a população de ter cachorros de estimação, segundo a revista "Time".
De acordo com um projeto de lei que está para ser votado pelo Parlamento do país, os dono de cãezinhos poderão pagar multas de quase R$ 1.000 e terão o animal confiscado.
O que motiva a lei é o medo excessivo de ocidentalização do Irã por parte do governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad. Na cultura islâmica, cachorros são sujos e impuros e apenas utilizados no auxílio de atividades no campo.
No entanto, nos últimos 15 anos, graças ao acesso a filmes e seriados vindos dos Estados Unidos e da Europa, a população urbana do país começou a comprar cãezinhos e a tratá-los como membros da família, assim como fazemos no mundo ocidental.
Segundo Hooman Malekpour, veterinário que vive em Teerã, o destino dos cães apreendidos ainda é incerto, “Milhares de cachorros vivem aqui na capital. O problema é saber o que o governo irá fazer com eles”, disse à BBC.
Os donos de cachorros, que já enfrentam problemas como a inflação e o desemprego, têm mais uma preocupação. “O governo está em uma guerra cultural com o Ocidente e falha em apresentar uma alternativa islâmica. É como se o povo iraniano e o governo vivessem em dois mundos diferentes’, afirmou o jornalista Omid Memarian, especialista em direitos humanos.
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