Brasileiros a bordo do navio que naufragou na Itália estão salvos, diz ministério de Relações Exteriores
Os 53 brasileiros a bordo do navio de cruzeiro que naufragou na madrugada deste sábado na costa italiana estão ilesos, segundo informações passadas pelo ministério das Relações Exteriores, em Brasília, para a agência AFP.
Segundo informações, 47 brasileiros realizavam o cruzeiro e outros seis trabalhavam no navio. "A informação que temos do consulado em Roma é que todos estão bem", disse um porta-voz da chancelaria.
O cruzeiro com mais de 4.000 pessoas encalhou em Toscana, no litoral oeste da Itália, e que provocou a morte de ao menos três pessoas e deixou outras 40 feridas. As equipes de socorro italianas continuam a busca por cerca de 40 desaparecidos.
"Há três mortos confirmados", informou o prefeito da região, Giuseppe Linardi. "Não podemos excluir no momento que haja desaparecidos, esperamos o resultado da intervenção dos mergulhadores para verificar se alguém ficou preso na parte submersa", acrescentou.
As autoridades sanitárias informaram que as três vítimas morreram afogadas, a imprensa local, no entanto, diz que há seis mortos.
Conforme a empresa responsável pelo cruzeiro havia passageiros de inúmeras nacionalidades, incluindo italianos (989), alemães (569), franceses (462), espanhóis (177), americanos (129), croatas (127), russos (108), colombianos (10), chilenos (10), peruanos (8), venezuelanos (5), cubanos (2), equatorianos (2), mexicanos (2) e um uruguaio.
Vídeo mostra primeiros momentos do resgate
Rota
O navio Costa Concordia realizava um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo quando se chocou aparentemente contra uma rocha perto da ilha de Giglio, no sul de Toscana, levando a bordo 4.231 pessoas, entre elas inúmeros estrangeiros. Os passageiros foram levados para terra firme. Muitos dos passageiros estavam jantando quando o navio encalhou e, tomados pelo pânico, alguns se jogaram na água gelada.
Luciano Castro, um dos passageiros do Costa Concordia, disse à imprensa italiana que por volta das 21h30 local "todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa".
Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar.
A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro. Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu "cenas de pânico dignas do 'Titanic'", com empurrões entre os evacuados, gritos e choros.
Também denunciou a falta de preparação da tripulação, afirmando que houve problemas quando os botes salva-vidas foram lançados ao mar e que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.
Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferries garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes para a ilha de Giglio.
No total, 12 navios e nove helicópteros foram mobilizados para verificar se não há ninguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.
O armador Costa Crociera, dono do barco, se declarou "consternado" e expressou seus pêsames às famílias. Indicou que não é possível determinar de imediato as causas do acidente e assegurou que a evacuação foi rápida, apesar de difícil, já que estava entrando muita água no barco.
Segundo a empresa, o barco havia partido de Savona para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, com escalas previstas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari (Itália), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França). O Costa Concordia, de 290 metros, tem 58 quartos com suíte e balcão, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.
Memória
O acidente desta madrugada trouxe à memória o desastre do Titanic, a mais emblemática tragédia marítima da história. Mais de 1.500 pessoas morreram no naufrágio que virou filme, o luxuoso transatlântico britânico que colidiu no dia 15 de abril de 1912 contra um iceberg em frente à ilha de Terra Nova, no Atlântico Norte.
O acidente mais grave da história da navegação comercial ocorreu em 20 de dezembro de 1987, no litoral da ilha filipina de Leyte, quando o choque entre a embarcação Doña Paz e um petroleiro causou a morte de ao menos 4.300. A maior catástrofe naval ocorrida na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial envolveu a embarcação Estonia, que afundou em 28 de setembro de 1994 no Mar Báltico provocando a morte de 852 pessoas. (Com AFP, EFE e Folha.com)
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