Equipes procuram cerca de 70 desaparecidos em encalhe de cruzeiro na Itália; ao menos 3 morreram
As equipes de socorro italianas continuam a busca neste sábado (14) por cerca de 70 desaparecidos no acidente em que um cruzeiro com mais de 4.000 pessoas encalhou em Toscana, no litoral oeste da Itália, e que provocou a morte de ao menos três pessoas e deixou outras 40 feridas.
"Há três mortos confirmados", informou o prefeito da região, Giuseppe Linardi. "Não podemos excluir no momento que haja desaparecidos, esperamos o resultado da intervenção dos mergulhadores para verificar se alguém ficou preso na parte submersa", acrescentou. As autoridades sanitárias informaram que as três vítimas morreram afogadas, a imprensa local, no entanto, diz que há seis mortos.
Conforme a empresa responsável pelo cruzeiro havia passageiros de inúmeras nacionalidades, incluindo italianos (989), alemães (569), franceses (462), espanhóis (177), americanos (129), croatas (127), russos (108), colombianos (10), chilenos (10), peruanos (8), venezuelanos (5), cubanos (2), equatorianos (2), mexicanos (2) e um uruguaio.
Ao menos 46 brasileiros estavam a bordo do navio, informou a companhia dona da embarcação, a Costa Cruzeiros. O Ministérios das Relações Exteriores informou que havia brasileiros na embarcação. Oficialmente, no entanto, o ministério não soube informar quantos brasileiros estavam no navio Costa Concordia.
Vídeo mostra primeiros momentos do resgate
O Consulado do Brasil em Roma está acompanhando o desenrolar do resgate por parte das autoridades costeiras italianas, mas não atua diretamente. Brasileiros que procuram informações sobre sobreviventes ou vítimas podem procurar o consulado na capital italiana ou informações no site do Itamaraty.
Rota
O navio Costa Concordia realizava um cruzeiro de uma semana pelo Mediterrâneo quando se chocou aparentemente contra uma rocha perto da ilha de Giglio, no sul de Toscana, levando a bordo 4.231 pessoas, entre elas inúmeros estrangeiros. Os passageiros foram levados para terra firme. Muitos dos passageiros estavam jantando quando o navio encalhou e, tomados pelo pânico, alguns se jogaram na água gelada.
Luciano Castro, um dos passageiros do Costa Concordia, disse à imprensa italiana que por volta das 21h30 local "todos estavam jantando quando a luz apagou, houve um tranco e os pratos caíram da mesa".
Quando a luz voltou, o comandante anunciou uma avaria no gerador elétrico e garantiu um conserto rápido, mas o barco começou a adernar.
A tripulação pediu que todos colocassem os coletes salva-vidas e logo veio a ordem para abandonar o navio, revelou Castro. Outra passageira, a jornalista Mara Parmegiani, descreveu "cenas de pânico dignas do 'Titanic'", com empurrões entre os evacuados, gritos e choros.
Também denunciou a falta de preparação da tripulação, afirmando que houve problemas quando os botes salva-vidas foram lançados ao mar e que alguns coletes salva-vidas não funcionaram.
Unidades da Guarda Costeira, navios mercantes e ferries garantiram a evacuação dos passageiros e tripulantes para a ilha de Giglio.
No total, 12 navios e nove helicópteros foram mobilizados para verificar se não há ninguém no mar, segundo o porta-voz da capitania de Livorno, Emilio Del Santos.
A companhia Costa Cruzeiro, dona do barco, se declarou "consternada" e expressou seus pêsames às famílias. A empresa indicou que não é possível determinar de imediato as causas do acidente e assegurou que a evacuação foi rápida, apesar de difícil, já que estava entrando muita água no barco.
Segundo a empresa, o barco havia partido de Savona para um cruzeiro pelo Mediterrâneo, com escalas previstas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari (Itália), Palma de Mallorca, Barcelona (Espanha) e Marselha (França). O Costa Concordia, de 290 metros, tem 1.500 cabines, cinco restaurantes, 13 bares e quatro piscinas.
Memória
O acidente desta madrugada trouxe à memória o desastre do Titanic, a mais emblemática tragédia marítima da história. Mais de 1.500 pessoas morreram no naufrágio que virou filme, o luxuoso transatlântico britânico que colidiu no dia 15 de abril de 1912 contra um iceberg em frente à ilha de Terra Nova, no Atlântico Norte.
O acidente mais grave da história da navegação comercial ocorreu em 20 de dezembro de 1987, no litoral da ilha filipina de Leyte, quando o choque entre a embarcação Doña Paz e um petroleiro causou a morte de ao menos 4.300. A maior catástrofe naval ocorrida na Europa desde o fim da Segunda Guerra Mundial envolveu a embarcação Estonia, que afundou em 28 de setembro de 1994 no Mar Báltico provocando a morte de 852 pessoas. (Com AFP, EFE e Folha.com)
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