Filha de Hugo Chávez posta foto segurando dólares e irrita venezuelanos

A filha mais nova do presidente da Venezuela, Rosinés Chávez, 14 anos, postou uma foto segurando várias notas de dólares no Instagram, o aplicativo gratuito de compartilhamento de fotos para iPhone e outros produtos da Apple, causando indignação no país. No ano passado, ela já havia sido alvo de críticas ao postar uma foto com o cantor Justin Bieber, que esteve no país para um show.

A imagem provocou indignação porque o governo controla as negociações da moeda estrangeira há quase uma década, deixando os venezuelanos sem dinheiro suficiente para viagens ou negócios.

Várias mensagens foram compartilhadas via Twitter, Facebook e outras mídias sociais contra a atitude da filha de Chávez e os limites colocados pelo governo para comprar a moeda americana.

“Eu não posso ter um único dólar a menos que compre no mercado negro, porque CADIVI – Comissão de Administração de Divisas - nos tem prisioneiros”, disse Marisel Ramírez em um comentário publicado no site do jornal Diario Maracaibo. “O que me irrita é o deboche, já que temos que implorar para a CADIVI e os bancos nos darem dólares”, escreveu Gerar Ortega em outro comentário. A CADIVI foi criada em 2003 e controla a troca de bolívares por dólar no país.

Além disso, montagens trocando os dólares por óleo de cozinha, café e açúcar – alimentos básicos que se tornam escassos na Venezuela – foram publicadas por internautas.

A mãe da jovem, Marisabel, uma ex-jornalista que se divorciou de Chávez em 2003, saiu em defesa da filha e escreveu no Twitter: “Eu disse para ela que seu erro não foi tirar a foto, mas postá-la em um meio onde há pessoas ignorantes que não respeitam os outros”.

Chávez fez sua filha mais nova ficar famosa quando em 2006 creditou para ela uma alteração na bandeira nacional e no brasão de armas. Com então oito anos de idade, Rosinés sugeriu que a imagem do cavalo deveria galopar da direita para a esquerda ao invés da esquerda para a direita. Seu pai concordou e a Assembleia Nacional aprovou a mudança.

(Com informações do The Guardian)