Russos vão às urnas eleger novo presidente; Putin desponta como favorito
Os russos decidem neste domingo (4) quem será o novo presidente do país. Caso os resultados das pesquisas de intenção de voto se confirmem, com o atual primeiro-ministro Vladimir Putin como favorito, teremos, na verdade, um "velho" presidente retornando ao cargo.
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Além de Putin, outros quatro candidatos estão concorrendo: o líder do Partido Comunista, Gennady Zyuganov, o nacionalista Vladimir Zhirinovsky, o líder do partido Só Rússia, Sergei Mironov, e o empresário milionário Mikhail Prokhorov. Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, haverá segundo turno.
A eleição presidencial ocorre poucos meses após as eleições legislativas de dezembro de 2011, que levaram russos de diferentes classes sociais às ruas para protestar contra indícios de corrupção na votação.
A votação também é vista como uma espécie de referendo sobre os 12 anos de predomínio quase inconteste de Putin na política russa. Depois de dois mandatos de quatro anos, a Presidência foi assumida por seu aliado Dmitry Medvedev, em 2006.
Putin se tornou premiê em 2008 porque a lei o proibia de disputar um terceiro mandato presidencial consecutivo. No entanto, ele continuou sendo a figura política mais poderosa do país. Voltando ao cargo, ele pode tentar a reeleição em 2018, algo que ele considera que seria "normal, se tudo estiver funcionando, e o povo gostar".
O atual premiê não participou de debates políticos com os outros quatros candidatos à presidência. Mandou os representantes de sua campanha para entrevistas enquanto mantinha a imagem de primeiro-ministro ocupado viajando pelo país.
Pesquisas
Segundo as últimas pesquisas, Putin poderá vencer as eleições no primeiro turno com 66% dos votos, segundo o Centro Levada, ou com o 58,7%, de acordo com a Fundação de Opinião Pública. O líder comunista Gennady Ziuganov está na segunda posição com entre 15% e 20% das intenções de voto. Os outros três candidatos, Jirinovski, Projorov e Mironov, não chegam a 10% das intenções de voto.
Votação será monitorada
Os movimentos de oposição tiveram pequeno impacto na popularidade de Putin junto ao grande eleitorado. No entanto, os protestos deram início a uma série de campanhas para que as eleições sejam monitoradas mais de perto.
Dois grupos independentes surgiram para monitorar o processo: a Liga de Eleitores, formada em janeiro por líderes dos protestos de dezembro, e o Rosvybory, administrado pelo blogueiro e ativista anticorrupção Alexei Navalny.
Os dois grupos estão em contato com a Golos ("Voto" ou "Voz", em russo), entidade independente de monitoramento de eleições mais antiga do país. Os grupos têm usado campanhas no YouTube e em aplicativos de celular para recrutar voluntários. A campanha de monitoramento vai acompanhar a eleição, no entanto, apenas em 40% dos locais de votação.
O próximo presidente terá um mandato de seis anos, seguindo as mudanças realizadas na legislação do país. Cerca de 110 milhões de eleitores foram convocados às urnas.
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